Tudo sobre Chief Happiness Officer e o seu papel no RH

 O Chief Happiness Officer é responsável por iniciativas que visam o bem-estar e a felicidade de funcionários

O cargo Chief Happiness Officer (CHO) ou Chefe de Felicidade é uma das profissões do futuro que teve destaque devido à preocupação com o bem-estar dos funcionários motivada pela pandemia.

Cada vez mais, a felicidade e o bem-estar no trabalho são objetivos apreciados por trabalhadores de todas as gerações. Os chamados millennials, por exemplo, mudaram a perspectiva dos seus valores e priorizam a felicidade em detrimento da estabilidade no emprego. 

Atualmente, muitas empresas não estão medindo esforços para prevenir e investir em ações que promovam a saúde mental no ambiente de trabalho. 

De acordo com dados da Secretaria da Previdência, os pagamentos de auxílio-doença relacionados com casos de depressão representam 30% dos pedidos, e outros transtornos ansiosos, 18%.

Ter um profissional para elaborar estratégias que promovam a felicidade corporativa ajuda a aumentar a produtividade, reduzir as taxas de absenteísmo, influenciando em outros objetivos da empresa, inclusive os financeiros.

Nesse sentido, o CHO é responsável por fazer com que as pessoas se sintam mais felizes ao promover iniciativas que geram bons resultados em relação à saúde mental e bem-estar no ambiente de trabalho.

O que é Chief Happiness Officer?

O Chief Happiness Officer (CHO) é um termo em inglês que significa “Chefe de Felicidade” (Drazen Zigic | Freepik)

Também conhecido como gestor da felicidade, diretor de felicidade ou especialista em felicidade no trabalho, a pessoa que ocupa o cargo de CHO é responsável por iniciativas que visam o bem-estar e a felicidade de talentos de uma empresa. 

Apesar de atuar em colaboração com outras áreas, sua posição normalmente cai dentro do departamento de gestão de pessoas.

Por outro lado, esta figura tem a função de manter uma cultura organizacional positiva e otimista e trabalhará para promover a felicidade em todos os níveis da corporação, através da concepção e divulgação de atividades, boas práticas e comportamentos positivos.

O que significa ser gestor da felicidade?

A atuação do CHO começa com a análise da experiência do funcionário. Para isso, o plano de ação surge da avaliação dos níveis de felicidade das pessoas na empresa e, só então, um diagnóstico é proposto para a gestão da felicidade.

Sobre algumas ações da felicidade, Paulo Teixeira, CEO da Heach Recursos Humanos, esclarece:

“Esse profissional irá trabalhar ações que promovam engajamento das lideranças e equipe e realizar ações para medir e promover a felicidade no ambiente corporativo de forma a fazer com que isso impacte na produtividade e resultados dos negócios.”

É sabido que o aumento do nível de engajamento dos funcionários reflete na maior retenção de talentos e na consequente redução nas taxas de rotatividade

Outros benefícios do CHO são também percebidos na melhora do employer branding, no aumento de lucros e na fidelização de clientes.

Chief Happiness Officer: profissão do futuro

O CHO atrai e retém talentos a partir de estratégias que promovem a felicidade no trabalho (Freepik)

O gestor da felicidade atua como um elo na ligação entre a liderança e os funcionários para criar um ambiente propício ao aumento do nível geral de felicidade das pessoas no trabalho. 

O cargo de CHO é destaque como uma das profissões do futuro e tendência para os próximos anos no Brasil. Dependendo do segmento e porte da empresa, a remuneração de um CHO varia entre R$15 mil a R$40 mil.

Para Erika Moraes, especialista em recrutamento da Robert Half, “passa a ser uma profissão indispensável para a manutenção do bem-estar e dos bons resultados nos ambientes profissionais.”

Aumentar a felicidade e bem-estar no trabalho não significa ter funcionários sorrindo o tempo todo. 

As ações para elaborar um planejamento de felicidade na empresa devem ser estruturadas de acordo com a realidade, interesses, objetivos e sonhos das pessoas na organização.

Como se tornar um Chief Happiness Officer

De modo geral, este profissional costuma ter formação em Psicologia, Administração ou Gestão de Recursos Humanos. 

Além da experiência em gestão de pessoas, projetos e capacitação profissional especializada em felicidade no trabalho, para se tornar um Chief Happiness Officer os requisitos deste cargo podem exigir conhecimentos e skills nas áreas de: 

Ou seja, um profissional nesta posição trabalha em estreita colaboração com todos os setores e níveis hierárquicos da empresa, os departamentos de RH e, sobretudo, com as pessoas que compõem a força de trabalho.

Principais responsabilidades do Chief Happiness Officer

Cada um tem a sua ideia de felicidade, assim como cada um tem as suas necessidades e aspirações, portanto não existe uma receita de felicidade da qual o CHO vai trabalhar.

O que existe são alguns comportamentos que ele pode promover dentro da organização para estimular um ambiente de trabalho feliz, como:

  • Incentivar a contratação de pessoas positivas;
  • Melhorar o clima organizacional;
  • Desestimular o comportamento negativo
  • Comemorar sucessos e erros

Além disso, muitos CHOs também têm responsabilidades de envolvimento social ou comunitário, tais como: organizar atividades voluntárias para envolver os próprios funcionários e nutrir o seu sentido de propósito e alinhamento de valores com a empresa.

Quais habilidades é preciso para ser um bom gestor da felicidade?

Psicologia positiva, coaching, liderança, motivação e análise de dados são também alguns dos skills do CHO (Think Work)

Existem quatro habilidades essenciais exigidas por todos os profissionais que desejam se tornar um CHO. São elas:

  • Habilidades para a gestão de pessoas

Quando se trata da gestão da felicidade na organização, para trabalhar com todos e para a felicidade de todos – desde o CEO até o último funcionário que ingressou na empresa – o Chief Happiness Officer deve mostrar uma abordagem mais humana para desenvolver pessoas.

Isto inclui uma grande capacidade de empatia e estrutura de uma cultura voltada para o bem-estar das pessoas e suas necessidades.

  • Habilidades de comunicação corporativa

Para que as pessoas se comprometam com a missão, visão e valores da empresa, o CHO deve ter skills na comunicação corporativa para estreitar as relações entre líderes e liderados.

Ser bom comunicador, saber ouvir e abrir espaço para promover feedbacks contínuos é fundamental para o profissional que deseja se tornar um gestor de felicidade de sucesso. 

  • Habilidades para a resolução de problemas

Conflitos internos e insatisfação das pessoas em algumas áreas de trabalho podem resultar em sérios problemas. Pode afetar a felicidade dos funcionários, refletir negativamente no employer branding da empresa e indiretamente nos resultados de negócios.

Para deixar os funcionários felizes, o CHO deve ser capaz de prevenir e resolver estes conflitos antes que gerem impacto negativo na organização. 

  • Pensamento criativo

Um CHO deve ser capaz de apresentar políticas e estratégias criativas para promover o bem-estar e aumentar a felicidade das pessoas no trabalho. 

A capacidade de pensamento criativo é também uma das principais características para a gestão da felicidade.

O local de trabalho como experiência

Trabalhar a experiência dos funcionários de forma positiva é uma tendência crescente no mercado (pikisuperstar | Freepik)

Além do Chief Happiness Officer, para criar culturas organizacionais mais produtivas e felizes, outro cargo focado no bem-estar e satisfação das pessoas na empresa é o Chief Employee Experience Officer

Nesse sentido, esta é outra área de atuação que também combina funções de RH, de recrutamento e desenvolvimento de talentos com marketing, responsabilidade social e comunicação. 

Por exemplo, para manter seus funcionários felizes e envolvidos, a empresa Airbnb está promovendo o local de trabalho como experiência. 

Sobre o ambiente organizacional, em uma entrevista a Forbes, Mark Levy, chefe global de experiência do funcionário do Airbnb, diz:

“Estamos focados em dar vida à nossa missão criando experiências memoráveis ​​no local de trabalho que abrangem todos os aspectos de como nos relacionamos com os funcionários, incluindo como os recrutamos, os desenvolvemos e projetamos o ambiente de trabalho.”

O impacto positivo na cultura organizacional faz do Airbnb um ótimo lugar para trabalhar. Nas avaliações dos funcionários na Glassdoor sobre “great company culture”, 83% o recomendam para outras pessoas.

O papel do CHO na gestão de pessoas

O gestor da felicidade trabalha para que os profissionais se sintam felizes e engajados na organização (lookstudio | Freepik)

Na gestão de pessoas, as responsabilidades do Chief Happiness Officer envolvem desenvolver programas que promovam a qualidade de vida e bem-estar no trabalho. 

E ainda: 

  • Implementar atividades de meditação no trabalho, ginástica laboral e incentivo a prática de atividade física;
  • Incluir nas metas de RH e atuar em conjunto no incentivo e participação de ações em projetos voluntários e causas sociais;
  • Auxiliar na implementação das políticas sobre igualdade de oportunidades, equidade, diversidade e inclusão;
  • Identificar oportunidades de melhoria que possam ser agregadas na política de benefício, cultura e clima organizacional;
  • Apoiar o RH nas pesquisas de eNPS para medir o engajamento e satisfação das pessoas na empresa.

O impacto do Chief Happiness Officer sobre os funcionários e a empresa

A organização que investe na satisfação dos funcionários conta com um ambiente de trabalho positivo e melhores resultados de negócios. 

O CHO surge como uma estratégia para melhorar o desempenho dos negócios com base na abordagem do engajamento de funcionários.

Funcionários engajados estão mais dispostos a comparecer todos os dias no trabalho e a produzir mais. Empresas engajadas percebem uma diferença de 81% no absenteísmo e de 14% na produtividade. 

Sobre rotatividade, os dados da Gallup ainda indicam:

  • Em empresas com alta rotatividade, alcançaram uma diferença de 18% no turnover;
  • Em organizações com baixa rotatividade, alcançaram uma diferença de 43% em turnover.

Alguns dos benefícios resultam em equipes mais entusiasmadas e motivadas. Quando o empregado se sente valorizado, ele se envolverá mais com a empresa e seu comprometimento com ela aumentará. 

Além disso, estar feliz aumenta o sentimento de pertencimento. Isso não só resulta num maior envolvimento das pessoas, mas também as transformam em promotores da marca que não hesitam em recomendá-la a futuros talentos.

RH e a inovação no futuro da gestão de pessoas

“No caminho até o pódio, existe esforço, dedicação, erros e frustrações. E existe torcida.” Tatiana Sendin (Freepik)

A atuação de Chief Happiness Officer ganhou relevância no Brasil depois que as empresas acompanharam as mudanças no mercado de trabalho e entenderam que para reter talentos não basta oferecer bons salários. 

Hoje, as pessoas querem trabalhar por um propósito. Além disso, buscam ambientes que as façam sentir satisfeitas e felizes no trabalho.

Outras inovações e práticas de recursos humanos transformadoras para implementar estratégias de employee experience foram divulgadas na segunda edição do Prêmio Think Work Flash Innovations.

“Inovar é um conceito recente na disciplina de recursos humanos…a área passou a ser cobrada a ‘falar a língua dos negócios’, ‘ser estratégica’. Teve de aperfeiçoar processos seletivos, estruturar uma grade eficiente de treinamentos e desenhar sistemas de avaliação que justificassem promoções e aumentos.

Quem afirma é Tatiana Sendin, Founder e CEO da Think Work.

Para participar das iniciativas mais inovadoras do RH, 200 empresas de todos os portes participaram do Prêmio Innovations. 

O RH é o principal agente de transformação na gestão de pessoas. Para 41% das empresas entrevistadas, o caminho para inovação é promovido a partir do conhecimento das equipes desta área. 

Ainda sobre os insights desta premiação, 68% das empresas atribuem à sua cultura organizacional, a inovação. Nenhuma companhia citou benefícios financeiros como atributo da cultura.

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