Conheça os tipos de liderança, as qualidades e os benefícios de um bom líder e seu papel na gestão de pessoas
Liderança organizacional é sempre uma das três prioridades na estratégia de gestão de pessoas de qualquer empresa, não importa qual pesquisa você olhe. Isso mostra a importância do tema.
Mas o que é liderança?
A definição tradicional diz que liderança é a capacidade de comandar pessoas, a partir de uma posição de autoridade. Conceitos atuais defendem que liderança é a capacidade de influenciar e inspirar pessoas, independente do cargo ou posição.
O fato é que o conceito de liderança não é rígido; ele se modifica conforme muda a demanda da sociedade. Não é à toa que existem vários tipos de liderança e diversas maneiras de como a liderança pode impactar uma organização.
Aliás, isso, sim, é consenso: um bom líder é capaz de trazer muitos resultados, tanto para as pessoas quanto para os negócios. E o contrário também vale: um líder mal preparado gera um grande impacto negativo.
Uma pesquisa da Gallup de 2019 mostra que os profissionais mais engajados e que mais conseguiam explorar seu potencial no trabalho também eram os que melhor avaliavam seus líderes. Por outro lado, quanto menos engajados e felizes no trabalho, menos os profissionais afirmavam ter uma liderança inspiradora na organização.
Assim, a liderança nas organizações reflete diretamente nos níveis de engajamento e produtividade das pessoas no trabalho. Pesquisas recentes também relacionam o papel da liderança na saúde mental dos funcionários.
E, em tempos de transformação digital, mudanças nos modelos de trabalho e incertezas sobre o futuro, uma boa liderança organizacional é fundamental para manter as pessoas unidas, felizes e tranquilas.
O que é liderança organizacional
Há vários conceitos sobre liderança. Tradicionalmente, a liderança é definida como uma relação de poder e influência. O líder, nesse sentido, é quem dirige e define os rumos dos outros, que seriam os seguidores.
Uma visão mais moderna, contudo, propaga a ideia de que não necessariamente uma pessoa precisa estar em uma posição de poder para exercer algum tipo de liderança no trabalho. Dessa forma, os líderes não estariam apenas nos principais cargos da empresa, mas poderiam ser encontrados em vários níveis de uma organização.
Kevin Kruse, autor do livro Grandes Líderes não têm regra, em um artigo publicado na revista Forbes, sugere que:
A liderança é um processo de influência social que maximiza os esforços dos outros em prol do sucesso de um objetivo”
Kevin Kruse
Em sua definição, o autor defende que alguns elementos-chaves sejam levados em conta:
- A liderança parte de uma influência social, e não de autoridade ou poder;
- A liderança requer outras pessoas, que não precisam ser subordinadas diretamente. Ou seja, não se é líder sozinho;
- Não há traços de personalidades, atributos ou mesmo títulos necessários para alguém ser líder. Há vários estilos e caminhos possíveis para uma liderança efetiva;
- A liderança exige um objetivo – não se trata de apenas influenciar pessoas sem um resultado desejado por trás.
Assim, ao contrário do que muitas pessoas pensam, um líder não precisa corresponder aquele estereótipo de uma pessoa super extrovertida e carismática, que chama a atenção por onde quer que passe, nem tampouco àquela figura autoritária, rude, e que se impõe sobre as outras.
Como afirma Kruse, existem várias formas de ser líder.
Porém, um ponto chave é a capacidade do líder de obter o melhor resultado de cada pessoa de sua equipe – o que é chamado de “maximizar os esforços dos outros”. Na prática, isso significa engajar os funcionários e motivá-los para dar o melhor de si, maximizando o trabalho em equipe.
É aí que entra a diferença entre o líder e o chefe.
A diferença entre líder e chefe
O “chefe” corresponde ao que antes era entendido como liderança ideal nas empresas tradicionais. Também chamado de “líder autocrático”, ele é aquele gestor que manda e se impõe por meio de sua autoridade. Esse é um tipo de líder encontrado com frequência nas companhias com uma cultura organizacional de comando-controle, cujas relações obedecem uma forte hierarquia e nas quais os chefes dificilmente são questionados. Quem nunca ouviu a frase “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”?
Nesse tipo de liderança, o chefe não necessariamente inspira ou influencia as pessoas – ele diz o que cada um deve fazer, e se espera que seja obedecido simplesmente por sua posição de poder.
O líder, por sua vez, independente de seu cargo, incentiva as pessoas a perseguirem um propósito e, dessa forma, obtém resultados superiores para os negócios.
As pessoas não “obedecem”, apenas. Elas se sentem à vontade para expressar suas ideias ou, até mesmo, discordar do gestor. Mas o que interessa, aqui, é que elas estão dispostas a se dedicar para alcançar o desafio proposto pelo líder.
A importância do líder para os negócios
A liderança está diretamente ligada aos resultados de negócio e à capacidade de uma empresa de se transformar e se adaptar. Afinal, liderar é atingir um objetivo a partir da colaboração de outras pessoas. Um grande líder faz isso consistentemente, dia após dia, ano após ano.
A importância da liderança para a organização vai muito além do alcance das metas – e cada vez mais o escopo do líder aumenta e seu papel se torna mais complexo.
A transformação digital e a liderança
Com a evolução da tecnologia e novas e mais tarefas sendo automatizadas, o que difere as empresas de seus concorrentes é a capacidade criativa de seus funcionários. São suas ideias de produtos e de experiência do consumidor, além da habilidade de reagir a situações imprevistas, que asseguram o sucesso do negócio.
As empresas precisam que os funcionários estejam prontos para descobrir e solucionar problemas, para pensar em formas diferentes e melhores de fazer o que já é feito, e para conseguir comunicar isso para os clientes.
Para despertar esse lado criativo, contudo, as pessoas precisam se sentir seguras, inspiradas e ver sentido no que fazem. É aí que entra a importância de um líder. Ele é a pessoa que representa, na prática, a cultura organizacional, disseminada pelos valores e pelo propósito da companhia.
Ao liderar, ele motiva os outros a fazer e a entregar as tarefas cada vez melhor, porque ele transmite uma visão clara e inspiradora dos objetivos a serem alcançados. Quando há uma boa liderança, não só a motivação é maior, como as pessoas tendem a ser unidas e focadas.
Em momentos de desafios e dificuldades, a boa liderança também consegue manter as pessoas mais calmas e seguras, focadas nos objetivos a serem atingidos – e não em preocupações que tiram sua concentração e reduzem sua produtividade.
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O líder e o clima organizacional
Dessa forma, a boa liderança ajuda na motivação, na colaboração e no bom clima organizacional. Além disso, o bom líder sabe guiar e orientar os profissionais a sua volta – seja por sua experiência seja por enxergar o que cada um tem de melhor para contribuir com o trabalho.
Identificando os talentos atuais e os potenciais de cada membro da equipe, o líder é capaz de distribuir melhor as tarefas e as metas individualmente. Assim, os funcionários não se sentem sobrecarregados e ficam mais confiantes.
O resultado disso é, como se diz no mercado corporativo, “ter as pessoas certas nos lugares certos”.
Por isso, além de desenvolver os trabalhadores, o bom líder também auxilia os funcionários a enxergar suas opções de carreira e a fazer suas escolhas, puxando o time para frente. Desse jeito, todos sentem que estão evoluindo e sendo bem preparados, o que aumenta a satisfação e a conexão com o trabalho.
Isso comprova a importância da liderança organizacional no sucesso das companhias, especialmente em momentos de transformação (cultural, social ou tecnológica). Afinal, bons líderes sabem conduzir as pessoas quando o caminho ainda é desconhecido.
Por outro lado, os efeitos de uma má gestão são graves. Segundo a Gallup, os gestores são responsáveis por 70% das variações nos níveis de engajamento dos funcionários. Assim, líderes mal preparados significam, na outra ponta, colaboradores insatisfeitos.
A média global de engajamento no trabalho era de apenas 13% em 2012, de acordo com a Gallup. A principal explicação para tão baixo resultado estava nos problemas com a liderança, com ruídos na comunicação e na diferença em como as pessoas são tratadas.
De lá para cá, o índice de engajamento mundial mudou pouco. O que confirma a urgência para o tema na gestão de pessoas.
A liderança feminina
Se o bom líder traz resultados positivos para os negócios, as companhias com maior diversidade na liderança alcançam números ainda mais expressivos.
Segundo um estudo da consultoria McKinsey, empresas com maior número de liderança feminina sênior em seus quadros possuem uma vantagem competitiva superior em comparação com as empresas sem diversidade na liderança. Para cada 10% de aumento na diversidade de gênero na alta liderança, o EBIT (lucro antes dos juros e tributos) aumentou 3,5%.
O problema é que, de forma geral, ainda falta diversidade na liderança. Em um estudo da consultoria Deloitte com 8 mil empresas de 66 países, apenas 17% das posições de liderança no mundo eram ocupadas por mulheres – um aumento de só 1,9% em relação à pesquisa anterior, de 2017. No Brasil, a situação é ainda pior: elas ocupam 8,5% dos cargos de chefia.
O fato de a maioria dos líderes ser homem branco dificulta o aumento da diversidade nas empresas. Mesmo que de forma inconsciente, os homens tendem a contratar os candidatos com que mais se identificam, reproduzindo o comportamento em toda a companhia.
As qualidades de um bom líder
Pesquisadores da consultoria Zenger/Folkman analisaram os dados de assessment de mais de 60 mil líderes e descobriram que os melhores e mais bem avaliados são aqueles que conseguem, com a mesma intensidade, estabelecer altos padrões de trabalho e focar no bom resultado, ao mesmo tempo em que constroem o engajamento e um ambiente agradável de trabalho.
Mas, infelizmente, existem poucos líderes capazes de fazer bem as duas coisas — focar nos resultados e nas pessoas. De acordo com os pesquisadores, apenas 13% dos líderes analisados possuíam esse perfil.
Segundo o estudo, publicado na Harvard Business Review, existem seis coisas que os líderes de alta performance fazem e que contribuem tanto para o bom resultado da empresa quanto para aumentar o engajamento dos trabalhadores.
São elas:
- Comunicam claramente a estratégia e a direção, fazendo todos trabalharem no mesmo sentido;
- Inspiram e motivam as pessoas, gerando lealdade, comprometimento, paixão e entusiasmo na equipe;
- Estabelecem metas desafiadoras, subindo a barra e fazendo os funcionários trabalharem duro;
- São íntegros e passam confiança, fazendo com que o time acredite que estão todos juntos na busca pelas conquistas;
- Desenvolvem os outros, gastando um tempo para ensinar novas habilidades e competências aos subordinados;
- São “treináveis”, pedindo e aceitando feedbacks para o seu próprio desenvolvimento, gerando respeito entre os funcionários.
Os tipos de liderança
Há diversos tipos de liderança possíveis. Eles variam tanto de acordo com a personalidade e o comportamento dos indivíduos quanto com o próprio ambiente. Dependendo da cultura organizacional e da época, alguns estilos acabam prevalecendo.
Também vale destacar que dificilmente um profissional tem apenas uma única característica de liderança, podendo se identificar com mais de um tipo.
Ao longo dos anos, os estilos de liderança foram ganhando novas categorias, e alguns passaram a ser melhor aceito pela sociedade.
Conheça a seguir os principais tipos de liderança nas organizações e suas qualidades.
Liderança autocrática
O líder autocrático é o mais próximo daquilo que se costuma chamar de “chefe”. Normalmente, ele toma decisões sozinho e sua equipe faz o que ele dita. Por isso, é uma liderança autoritária.
Nesse tipo de gestão, o líder costuma ter muito poder. A participação de sua equipe acaba sendo limitada. Dificilmente um líder autocrático tenta tomar decisões em conjunto com o time ou pede opinião de outros membros.
Uma vantagem é que a tomada de decisão pode ser mais rápida, já que está concentrada na mão de um único indivíduo. Além disso, a equipe pode focar nas tarefas, deixando questões de negócio e estratégia com o líder.
Por outro lado, esse tipo de gestão pode prejudicar a inovação. Outro ponto negativo é que companhias com esse tipo de liderança não possuem diversidade no time, já que os líderes autoritários não admitem pontos de vista diferentes. Na prática, os funcionários precisam concordar com o que o chefe pede, sem questionar.
A sensação de que “é o chefe quem manda” também pode criar ressentimentos e reduzir a motivação da equipe. E o líder pode se sobrecarregar com tanta responsabilidade acumulada.
Liderança democrática
Como o nome sugere, o líder democrático é praticamente o contrário do líder autocrático. Em vez de tomar as decisões sozinho, ele escuta o que cada pessoa no time tem a dizer.
Esses líderes são naturalmente interessados no bem-estar das pessoas e em proporcionar um ambiente em que elas se sintam à vontade para participar.
A liderança democrática cria um clima de compartilhamento de responsabilidades. Dessa forma, os funcionários sentem que têm um peso nas decisões e nos rumos que a empresa vai tomar. Outro ponto positivo da liderança democrática é a sensação de que cada um é valorizado, contribuindo para um bom clima organizacional. E a maior interação entre os membros das equipes auxiliam a troca de ideias e leva à inovação.
Em contrapartida, como os grandes passos são tomados em conjunto, o processo decisório pode ser mais devagar, já que é preciso de um consenso na equipe.
Esse tipo de gestão também exige funcionários mais bem capacitados e maduros, capazes de assumir as responsabilidades por suas decisões e não se intimidar com o medo para entregar.
Liderança coach
O líder coach é aquele cuja prioridade é desenvolver cada pessoa da equipe. Ele também tem um olhar afinado para identificar o potencial de seus liderados, ajudando-os a descobrir seus pontos fortes e os que precisam ser melhorados.
Para tal, o líder coach está constantemente conversando com os membros do time, inclusive sobre assuntos que não estão diretamente ligados às tarefas a serem executadas. Os funcionários também sentem abertura para procurar o líder coach quando têm dificuldades, mesmo na vida pessoal.
Assim, os pontos positivos da liderança coach incluem mais confiança e compromisso entre líder e liderado. Os feedbacks constantes também aumentam a satisfação e a motivação da equipe, que sente que está sendo desenvolvida e evoluindo na carreira a cada dia.
Como desvantagem, esse tipo de liderança pode encontrar dificuldades quando tem na equipe funcionários que não desejam se desenvolver constantemente. Cobrar de forma direta, por desempenho ou resultados, também pode ser um desafio para esse líder.
Liderança liberal
O líder liberal costuma delegar com facilidade. Ele confia nos integrantes do time e não faz questão de controlar ou saber o que cada um faz para cumprir os objetivos.
Isso exige um gestor mais seguro de si e com maior confiança nos outros – sem a necessidade de controlar se cada funcionário está trabalhando no que deveria. Assim, passa longe do líder liberal o microgerenciamento, o costume de cobrar de perto as entregas.
Uma das vantagens desse estilo de liderança é que as pessoas terão liberdade para desempenhar da melhor maneira o trabalho, tendo flexibilidade para decidir a forma como fazer.
Para os profissionais que gostam de flexibilidade, esse tipo de liderança pode fazer com que se motivem e até entreguem mais rápido, já que há menos entraves burocráticos, como reuniões e e-mails de acompanhamento. Com isso, pode haver inclusive uma melhora no bem-estar dos funcionários, já que não se sentirão constantemente pressionados para fazer as tarefas da forma como o líder prefere.
Porém, pessoas menos experientes podem se sentir “abandonadas” e perdidas, sem um acompanhamento mais próximo. Dependendo do perfil do time, a produtividade pode inclusive cair. A personalidade e as habilidades dos funcionários, aqui, são essenciais.
Liderança carismática
A liderança carismática talvez seja o estereótipo do líder moderno: uma pessoa diplomática, com boa retórica, que consegue convencer e até emocionar os outros com seus discursos.
Esse líder é capaz de engajar a equipe e uni-la em prol de um propósito, sendo ótimo também para resolver conflitos e problemas de relacionamento entre os colaboradores. Isso faz com que os liderados se tornem fiéis e mais aderentes à cultura organizacional.
No entanto, esse líder pode pecar por não conseguir fazer críticas ou apontar melhorias necessárias no trabalho da equipe. O carisma também pode ser confundido com amizade, gerando mal entendimentos entre líderes e liderados.
Liderança motivacional
Otimismo e confiança – essas são duas palavras que definem a liderança motivacional. A especialidade desse líder é não deixar a equipe desanimar nem mesmo nos momentos difíceis.
Em vez de gerar um clima ruim por conta de um resultado abaixo do esperado, o líder motivacional irá convencer a equipe que é possível reverter o cenário negativo, incentivando todos a dar o melhor de si.
O ambiente de trabalho tende a ser mais leve com esse tipo de liderança. Os funcionários também são mais produtivos e animados para se dedicar aos objetivos em comum.
Contudo, por sua característica, líder motivacional pode criar a falsa sensação que todos os obstáculos podem ser superados, quando nem sempre isso é possível. Nem tudo são flores o tempo todo e é preciso que o líder reconheça isso.
A liderança motivacional também deve tomar cuidado para não deixar passar erros que possam comprometer os resultados do negócio, além de saber a hora de acolher os medos naturais das equipes.
Liderança situacional
O líder situacional é aquele que consegue se adaptar e responder a diferentes cenários e tipos de colaboradores. Assim, em vez de se apegar a um estilo fixo de gestão, esse tipo de liderança busca ser polivalente.
De acordo com o nível de maturidade de cada um da equipe e das necessidades da empresa, esse líder assume diferentes maneiras de lidar com as pessoas e com as metas. Assim, cada funcionário pode ter mais autonomia de acordo com seu nível de experiência e desenvoltura.
Uma das vantagens é que a liderança situacional compreende melhor as questões socioemocionais, já que essa é uma disciplina obrigatória para quem se propõe a lidar com as diferentes pessoas, de forma diferente.
A dificuldade é o líder saber fazer esse movimento sem gerar na equipe a sensação de que cada um tem um tratamento diferente – o que pode ser percebido como injustiça por alguns.
Outro risco é esse líder focar demais no contexto em que está inserido, se concentrando nas ações de curto prazo e perdendo de vista a estratégia de longo prazo que garante a sustentabilidade do negócio.
Liderança paternalista
O líder paternalista, como sugere o nome, age como um pai para os colaboradores: oferece proteção, busca aconselhar de forma próxima e é bastante comunicativo, dando feedbacks positivos e tentando animar a equipe.
Em geral, essa liderança consegue criar um ambiente bom de trabalho, com menos conflitos e mais confiança. Reunidos em torno de uma figura paternal, a equipe tende a ser mais unida.
Mas, assim como um pai pode ser permissivo – ou reagir de forma muito emocional –, esse líder também precisa estabelecer limites claros para si mesmo e para os funcionários.
Além disso, ele deve cuidar para não centralizar as obrigações sobre si, deixando o resto da equipe sem assumir responsabilidades.
Liderança técnica
O domínio sobre a técnica e os conhecimentos específicos de uma área marcam esse tipo de liderança. As equipes respeitam e admiram o líder técnico porque confiam em sua capacidade e experiência.
O principal destaque desse líder é a excelência na execução das tarefas. Eles também contribuem com o desenvolvimento técnico dos funcionários, contribuindo com seu crescimento de carreira.
Por outro lado, a liderança técnica pode deixar a desejar no comportamento. Esse líder deve ficar atento para não intimidar os profissionais inexperientes nem se agarrar ao modo mais tradicional de fazer as coisas, diminuindo, assim, as chances de inovação.
Liderança transformacional
Inspirar e motivar os funcionários em um movimento de transformação e inovação é o mote para essa liderança. Ela é focada em criar uma visão de futuro e de esforço compartilhado para se chegar às mudanças necessárias.
A liderança transformacional costuma trabalhar fortemente a cultura organizacional e a sensação de dono dos funcionários, que irão desenvolver o seu potencial em prol dos objetivos do negócio. Assim como os líderes liberais, o líder transformacional também evita o microgerenciamento de tarefas e equipes.
O risco desse líder é ele ficar encantado pelo o que almeja para o futuro – e esquecer da realidade presente. Além de inspirar, ele deve aprender a apoiar as equipes em questões práticas do dia a dia.
Liderança servidora
Ao tomar decisões e planejar a estratégia, o líder servidor considera tanto o impacto para o negócio quanto para as pessoas. Dessa forma, ele vê o crescimento da organização como uma consequência da evolução dos funcionários. O bem-estar das equipes é tão importante quanto os resultados econômicos.
Em dificuldades econômicas, no entanto, esse tipo de liderança pode encontrar dificuldades em manter tal equilíbrio. Além disso, o líder corre o risco de ficar preso na sua concepção do que é melhor para as pessoas e acabar tendo uma postura unilateral.
Liderança e gestão de pessoas
A forma como os líderes agem e se portam tem grande impacto não só na rotina dos funcionários, mas também no seu desenvolvimento, satisfação e senso de equipe.
E essa é uma tendência que deve se fortalecer ainda mais.
Com as transformações nos modelos de trabalho tornando as relações entre pessoas e empresas mais flexíveis, e com os colaboradores pedindo por mais autonomia, liberdade e diversidade nas empresas, o estilo de liderança autocrático, baseado na hierarquia, tende a ser menos e menos presente.
Igualmente, as trilhas de carreiras fixas e programadas para cada colaborador também devem se tornar menos comuns. Cada profissional deverá construir sua trajetória, tendo o líder como apoio fundamental para entender oportunidades e desafios.
Assim, as empresas passam a exigir que os líderes saibam lidar com pessoas e identificar as necessidades de desenvolvimento tanto técnicas quanto socioemocionais. Na prática, o líder tem de assumir cada vez mais seu papel de gestor de pessoas.
Isso envolve identificar qual o valor de cada funcionário no time, de forma a combinar os esforços de maneira efetiva para obter os melhores resultados. Para fazer tal leitura, o líder precisa saber conversar e dialogar com a equipe.
Da mesma forma, liderar pelo exemplo, de forma humanizada, mas sem deixar de ser estratégico, é um dos grandes desafios da liderança hoje.
Nem sempre quem chega à posição de liderança está pronto para fazer esse trabalho. Por isso, os treinamentos para desenvolver a liderança são essenciais nas organizações. Além das habilidades técnicas, vale o RH considerar cursos de inteligência emocional para a formação do líder de sucesso.
Essas iniciativas precisam ser constantes – e estar alinhadas à estratégia de negócio e à cultura organizacional desenhada. Cabe ao RH desenhar programas de treinamento e desenvolvimento que preparem os funcionários antes – e depois – de assumirem cargos de liderança.
O esforço, certamente, vale a pena. Não só a gestão de pessoas será mais efetiva, como líderes bempreparados conseguem, por sua vez, formar líderes ainda melhores em suas equipes.
gostei muito esse post