Tecnologia e inovação ganham espaço na agenda estratégica do RH

Para além do uso da tecnologia para resolver questões burocráticas, áreas de RH criam ferramentas inovadoras para recrutamento e desenvolvimento 

Nos últimos anos, o RH tem ficado cada vez mais estratégico e orientado por dados. Muito além do uso da tecnologia no departamento pessoal, em atividades como admissão e folha de pagamento, as empresas passaram a usá-la também para funções mais complexas, como a tomada de decisão, o treinamento e desenvolvimento e o recrutamento. 

Inclusive, esse tipo de iniciativa apareceu bastante no Prêmio Think Work Flash Innovations 2023. Entre as empresas participantes da premiação, 89% possuem diretrizes estratégicas de RH diretamente associadas à inovação. 

Para criar práticas inovadoras, 41% das organizações ainda utilizam os conhecimentos dos próprios funcionários, aprimorando o que já existe na empresa. Em 16%, as melhorias são idealizadas por profissionais do RH com o suporte da área de tecnologia da própria companhia. Um número ainda tímido, 4%, contratam HRtechs/startups para realizar essas mudanças. 

Reunimos três cases de organizações que estão usando tecnologia em projetos estratégicos de RH:

Chatbot no recrutamento

A BRF contrata cerca de 2 mil pessoas por mês no Brasil, com aproximadamente 700 mil candidaturas por ano. Com números tão grandes, a empresa começou a lidar com muitos comentários em redes sociais de pessoas que buscavam por emprego e queriam tirar dúvidas sobre processos seletivos, mesmo em postagens que nada tinham a ver com recrutamento

Foi então que ela decidiu criar uma ferramenta que melhorasse a experiência do candidato. A primeira tentativa foi um e-mail para que as pessoas pudessem tirar as suas dúvidas, mas logo a empresa percebeu que a maior parte dos candidatos são de operações e usam pouquíssimo essa ferramenta. 

A solução foi criar um chatbot de recrutamento e seleção, o Theo, que funciona pelo WhatsApp. Ele foi criado pelos desenvolvedores de software da companhia. 

Embora já no ar, o projeto precisa de constante atualização para se preparar para novas perguntas que possam surgir. Atualmente, quando chega uma mensagem que o chatbot não sabe responder, uma equipe de quatro pessoas da área de gestão de pessoas entra em contato com a pessoa por telefone. 

O próximo passo desejado pela empresa é que o sistema também faça a inscrição completa de uma pessoa a uma vaga. Hoje, ele direciona as pessoas para o site de talentos. Desde que foi implementado, a produtividade da área de RH cresceu 20%.

Tecnologia para treinar e desenvolver

Em 2015, a IBM criou internamente a plataforma “Your Learning”, uma ferramenta que ajuda funcionários a se desenvolverem e o RH e as lideranças a acompanhar o aprendizado e as necessidades das equipes. O projeto usa inteligência artificial e uma plataforma em nuvem.

O sistema possui várias formas de uso: o funcionário pode indicar os seus interesses de carreira e, com base nessas informações, a tecnologia oferece cursos baseados nas habilidades que a pessoa precisa desenvolver para alcançar seus objetivos e as lideranças podem indicar conteúdos específicos para o time ou para uma pessoa da equipe. 

A iniciativa é liderada pelos times de Recursos Humanos e Growth. Nos últimos três anos, com a ajuda da plataforma, a empresa teve cerca de 26,5 milhões de horas de treinamentos concluídas por seus profissionais.

Gamificação para formar lideranças 

A Raízen já estava acostumada a formar lideranças, mas queria expandir a sua atuação na área, tanto em relação aos conteúdos oferecidos para essas pessoas quanto em relação às pessoas que participam das capacitações. 

Então, a empresa usou a gamificação para criar o Líder Lab (Liderança e Aprendizagem sem Barreiras) e atingir mais de 3 mil lideranças espalhadas por setores e localidades diferentes, como também pessoas com potencial para liderar. 

Para isso, foi usada a metodologia Octalysis, proposta de gamificação com foco em pessoas, criada pelo guru de empreendedores Yu-kai Chou. A partir dela, foram mapeados critérios e recursos a serem trabalhados pelos públicos da formação. 

A capacitação vai desde o momento em que a empresa identifica potenciais participantes e os prepara para o programa até a conclusão de cada curso, com a análise das conquistas e a definição dos próximos objetivos. 

Os resultados mostram que o projeto deu certo: 86% das pessoas com potencial para liderança foram promovidas a cargos de gestão em até seis meses após a capacitação.

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