Em quatro anos, qualidade do emprego retrocedeu, diz pesquisa

Pesquisa feita com 5 mil pessoas no Reino Unido sobre a qualidade do emprego descobriu que trabalhadores estão menos engajados e entusiasmados com seus empregos

A pesquisa CIPD’s Good Work Index 2023 entrevistou 5 mil trabalhadores do Reino Unido e descobriu que não houve melhora significativa na qualidade do emprego nos últimos quatro anos. Em alguns aspectos, inclusive, os níveis retrocederam. 

Em comparação com 2019, quando foi feito o último estudo, os trabalhadores de hoje estão menos entusiasmados com o trabalho, menos propensos a percebê-lo como útil e mais propensos a simplesmente vê-lo como puramente transacional – ou seja, o fazem apenas pelo dinheiro.

O estudo analisou sete dimensões principais do trabalho: remuneração e benefícios, contratos, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, design do trabalho e natureza do trabalho, relacionamentos no trabalho, voz do funcionário e saúde e bem-estar. 

Há quatro anos, 36% dos trabalhadores pensavam que o trabalho era puramente transacional, número que subiu para 43%. Em 2019, eles também tinham uma maior probabilidade de trabalhar mais do que o necessário para ajudar o seu empregador – 57% em 2019 e 51% em 2023.

A maioria das pessoas tem uma boa experiência de trabalho, mas o número daquelas que se sentem entusiasmadas com ele “sempre ou frequentemente” caiu de 54% em 2019 para 49% em 2023. Um terço das pessoas às vezes se sente entediada no trabalho (33%), 26% às vezes se sente infeliz e 21% às vezes se sente solitária.

O estudo também descobriu as principais razões que fazem as pessoas mudarem de emprego:

  • Melhores salários e benefícios (34%);
  • Melhor satisfação no trabalho (27%);
  • Melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal (23%);
  • O desejo de fazer um tipo de trabalho diferente (22%).

Neste ponto, a flexibilidade no trabalho apareceu como uma das prioridades dos funcionários. Entre os entrevistados, 25% disseram ter dificuldade em cumprir seus compromissos pessoais por causa do tempo que passam no trabalho. 

49% dos respondentes têm acesso ao trabalho flexível e 37% a horários flexíveis. No entanto, uma grande parte das pessoas não consegue ter flexibilidade na vida profissional: 44% não têm acesso ao home office, 46% não podem fazer horários flexíveis e 47% não podem reduzir suas horas para trabalhar apenas em meio período. 

Diante desses desafios, a pesquisa propõe três abordagens para o governo e para as empresas:

  • Melhorar a qualidade do emprego;
  • Reduzir a lacuna entre a qualidade de vida no trabalho no setor público e privado;
  • Tornar o trabalho mais flexível e atraente para enfrentar os desafios de oferta de mão de obra. 

“Nossos dados sugerem um lento deslizamento para a mediocridade, afastando-se de empregos enriquecedores e gratificantes e rumo a cargos em que muitas pessoas estão desmotivadas, carecem de comprometimento e são menos produtivas. O trabalho pode e deve ser bom para nós. É vital que o governo e os empregadores renovem seu compromisso com o bom trabalho, pois é fundamental para apoiar o bem-estar individual, uma sociedade justa, organizações produtivas e uma economia forte”, disse Jake Young, pesquisador associado do CIPD, ao HRNews. Segundo ele, nem todos os empregos podem ser transformados, mas melhorias significativas em áreas como treinamento, desenvolvimento e gestão de pessoas devem ser possíveis.

Quer saber o que as empresas estão fazendo para melhorar a experiência dos funcionários?

A biblioteca de cases da Think Work conta com diversos projetos de sucesso que relatam todo o processo desde a concepção da iniciativa, até a implementação e os resultados. Acesse nossa área exclusiva para assinantes e confira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.