Presença no escritório deve ser monitorada por 80% das empresas

A discussão sobre o retorno ao trabalho presencial se mantém em 2024, e as companhias passam a ser mais rigorosas no monitoramento e fiscalização

O ano novo se inicia e traz consigo uma velha discussão: o retorno ao escritório. Após a pandemia de covid-19, muitas empresas passaram a exigir a volta do trabalho presencial aos funcionários. A mesma abordagem deve continuar em 2024, de acordo com a plataforma de elaboração de currículos Resume Builder. Os dados revelam que oito em cada dez empresas planejam monitorar a presença das equipes nas empresas.

O relatório foi desenvolvido com a participação de 800 líderes empresariais, e quase a totalidade dos respondentes (95%) considera que os funcionários sofrerão consequências caso não cumpram com a política de presença, incluindo a redução do salário – de acordo com 53% dos líderes.

Além disso, uma em cada três empresas pretendem demitir os profissionais que não seguirem as regras.

Para monitorar os trabalhadores, a maioria das companhias pretende utilizar o crachá (62%). Outros, podem usar o Wi-Fi (50%), sensores de movimento (43%) ou mesmo sensores embaixo da mesa (38%).

Mas além da fiscalização, grande parte das empresas também planeja disponibilizar incentivos, principalmente na forma de happy hours, refeições e melhorias nos espaços de convívio. 

Uma parcela menor ainda cogita oferecer outras vantagens, como aumentos salariais e uma política de benefícios para os filhos dos profissionais.

De qualquer forma, o cenário de mudança esbarra em uma premissa compartilhada pela maioria dos executivos e trabalhadores, os quais são contrários ao método tradicional de gestão, conforme expôs um estudo da Delloite – líder em consultoria financeira.

Entre os respondentes, apenas 19% dos executivos acreditam que a solução para a estabilidade da cultura organizacional está no gerenciamento tradicional e, entre os trabalhadores, a taxa corresponde a 23%.

O perigo do turnover

No Brasil, ser obrigado a trabalhar exclusivamente em regime presencial desagrada dois a cada cinco funcionários que atuam em modelo remoto ou trabalho híbrido.

Além disso, em um cenário de retorno forçado, cerca de 43% dos trabalhadores pediriam demissão para buscar outras oportunidades de emprego, aumentando as taxas de turnover. Os dados são de uma pesquisa encomendada pelo Grupo QuintoAndar – plataforma de moradia da América Latina.

Incentivo ao retorno do trabalho presencial

Ao relatório da Resume Builder, aqueles que pretendem exigir o retorno do trabalho presencial justificaram a escolha dizendo que enxergam um impacto positivo nos índices de produtividade na empresa (76%) e na cultura empresarial (63%). 

também foi citado que abandonar o home office pode melhorar a satisfação dos profissionais, embora os próprios trabalhadores e alguns profissionais de RH tenham afirmado repetidamente o contrário.

Inclusive, alguns especialistas e consultores da área de gestão de pessoas alertam sobre os perigos da abordagem excessivamente agressiva, sugerindo que os empregadores mantenham o trabalho flexível em algum nível e valorizem as necessidades específicas e individuais dos profissionais.

Para alcançar o meio-termo, as empresas deverão elaborar novas estratégias, além dos incentivos citados, de acordo com a estrategista de currículo e carreira do Resume Builder, Julia Toothacre. “O desafio é pensar por que as pessoas gostariam de voltar ao escritório. Trabalhar em casa economiza dinheiro, comida, gasolina, manutenção de carros, roupas e dá às pessoas tempo de volta ao dia sem deslocamento”, reforçou Julia.

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