Estudo mostra que a disputa por profissionais será o motor da inovação até 2033, período em que trabalhadores com habilidades desenvolvidas, visão sistêmica e olhar aberto às novidades irão sobressair

O acirramento da guerra por talentos entre organizações e nações é uma das previsões para a próxima década presentes no último relatório Global Talent Competitiveness Index, divulgado recentemente pela escola de negócios Insead. A pesquisa ranqueia mais de 130 países em relação à sua capacidade de desenvolver, atrair e reter talentos. 

A progressão do Brasil tem sido lenta e o país continua no quadrante dos retardatários, dez anos depois do início da série histórica. Suíça, Singapura e Estados Unidos têm mantido a hegemonia no ranking.

O desenvolvimento de talentos, um dos pilares da avaliação, é medido a partir da análise de investimentos públicos e privados e de iniciativas em educação, treinamento, capacitação e aprendizagem contínua da força de trabalho.

O relatório destaca que a capacitação, atração e retenção de talentos seguirá como motor da competitividade e da inovação de nações, cidades e empresas pelo menos até 2033.

Guerra por talentos: abordagem sistêmica

No mundo corporativo, compreender e otimizar a competitividade da empresa na disputa por talentos é um desafio constante, que exigirá cada vez mais clareza e estratégia das lideranças de recursos humanos (RH).

Nesse contexto, a abordagem sistêmica é a mais adequada para os líderes de RH, já que permite observar as inter-relações e dinâmicas das áreas de conhecimento e atuação profissional. 

No âmbito individual, a competitividade é um dos pilares mais objetivos de uma carreira. No método desenvolvido pela Produtive, utilizamos a letra T como uma representação gráfica da competitividade de uma pessoa. Na linha vertical, temos a área core, que simboliza o foco principal de atuação. 

Essa é a esfera em que um profissional se destaca, entrega resultados consistentes e se desenvolve continuamente, como o RH, por exemplo, e suas sub-atividades.

Na linha horizontal, encontramos as outras áreas do negócio, complementando a visão sistêmica. 

É preciso ser um profissional especializado, com consistência de desempenho no core, mas capaz de desenvolver uma visão global, com conhecimentos sobre os demais setores do negócio como tecnologia, finanças, marketing e comunicação. 

Guerra por talentos: o profissional competitivo

A capacidade de equilibrar a especialização e aumento do core com a compreensão global é o que torna um profissional mais competitivo. 

O movimento cruzado de desenvolvimento tem sido fundamental para os líderes de RH terem um impacto estratégico no negócio. A curiosidade em conhecer as demais áreas é essencial para ampliar a visão e facilitar a antecipação de tendências. 

Uma reflexão sobre aumento de competitividade deve ir em busca do que chamamos de gap de oportunidades ou zona de ampliação do core. 

O profissional que é protagonista da sua carreira se interessa em conhecer as mudanças em sua área e busca novos conhecimentos relacionados a essas transformações.

Integrando a especialização (representada pelo core na letra T) à visão sistêmica, os profissionais de gestão de pessoas conseguem alinhar as estratégias da área com os objetivos gerais da empresa. 

Dessa maneira, ocupam de forma assertiva um espaço de direito, exercendo o papel de decisores estratégicos no cenário organizacional.

Reforçar o core, melhorar a visão sistêmica e estar atento às novidades são ações que resumem o reforço na competitividade de um talento. 

Esse é o perfil profissional que será mais disputado por países, cidades e organizações na próxima década.