Pesquisa aponta que recrutadores mentem durante a entrevista, na descrição do trabalho e até na carta de oferta
As mentiras parecem fazer parte dos processos de recrutamento e seleção, mas, ao contrário do que geralmente se pensa, elas não acontecem apenas do lado dos candidatos. Uma pesquisa feita pela Resume Builder mostrou que 4 em cada 10 recrutadores admitem mentir para os candidatos sobre a função ou a empresa durante o processo de contratação.
Três quartos das pessoas dizem que mentiram durante a entrevista, 52% na descrição do trabalho e 24% na carta de oferta. As frequências também variam: 6% dizem que mentem o tempo todo, enquanto 24% dizem que mentem na maioria das vezes. Por outro lado, 45% dizem que mentem apenas algumas vezes e 25% dizem que não mentem com frequência.
Para 80% das gerências de contratação mentir é “muito aceitável” e para 66% é “um tanto aceitável” (66%) em sua empresa.
Segundo os entrevistados, as principais razões pelas quais elas mentem durante o recrutamento são:
- Para proteger informações confidenciais da empresa;
- Para encobrir informações negativas sobre a empresa;
- Para atrair candidatos a emprego, alguns benefícios são exagerados;
- Para agradar o candidato;
- Para fazer o trabalho parecer melhor do que realmente é;
- Para atrair candidatos mais qualificados.
As gerências de contratação geralmente mentem sobre as responsabilidades da função (40%), oportunidades de crescimento na empresa (39%), oportunidades de desenvolvimento de carreira (38%), a cultura da empresa (31%), benefícios (28%), compromisso com questões sociais (27%), saúde financeira da empresa (26%), remuneração (24%), entre outros.
Entre as pessoas que mentem para os candidatos, 92% dizem que um candidato enganado já aceitou uma oferta de emprego. No entanto, 55% dizem que tiveram um funcionário demitido após ser contratado sob falsos pretextos, como ter mentido durante o processo de contratação.
“Mentir para os candidatos prejudica a integridade de uma organização e é ruim para os negócios. Os candidatos estão tomando decisões com base nas informações que recebem, e o engano só leva a resultados ruins para a organização e para o candidato”, disse Stacie Haller, consultora-chefe de carreira, em um comunicado à imprensa. Segundo ela, a honestidade não apenas mantém a reputação de uma organização, mas também é fundamental para cultivar o sucesso tanto para a empresa quanto para os indivíduos que ela procura atrair.
Além de mentir, as pessoas responsáveis pelas contratações também fazem ghosting com os candidatos, termo em inglês que descreve quando a pessoa desaparece, sem dar satisfações, e deixa o outro sem retorno. Apenas 8% dizem que nunca deram um ghosting em um candidato, enquanto 7% dizem que o fazem o tempo todo, 30% na maioria das vezes e 37% algumas vezes.
32% dos entrevistados dizem que praticaram o ghosting após o candidato fazer uma entrevista, 30% após o candidato ter sido entrevistado por várias pessoas da empresa e 10% após terem enviado uma carta de oferta.
“Isso reflete uma falta de respeito pelo tempo, pelo esforço e pelas aspirações dos candidatos. Assim como as organizações buscam um comportamento profissional e cortês dos candidatos, o mesmo deve ser retribuído. Deixar de se comunicar de forma honesta e transparente não apenas prejudica a reputação do empregador, mas também prejudica o ecossistema de contratação mais amplo”, disse Stacie.
Para ela, ao tratar os candidatos com o mesmo profissionalismo que se espera deles, não apenas o aspecto humano do recrutamento é preservado, mas também contribuímos para um mercado de trabalho mais respeitoso e igualitário para todos os envolvidos.
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