Rafael Souto explora como a nova liderança equilibra empatia e desempenho para criar um ambiente de trabalho mais produtivo e humano
Não é de hoje que falamos sobre a importância de uma liderança mais flexível, empática e colaborativa, longe da gestão tradicional – e ultrapassada – do comando e controle, e do olhar voltado apenas a resultados a qualquer custo. Mas, ao olhar de perto o dia a dia de muitas empresas, vemos que ainda há um caminho a percorrer para que, realmente, esse perfil esteja presente.
O relatório The New Era of Leadership, realizado este ano pelo Chief, rede norte-americana, em parceria com o Wakefield Research, mostra que entre os desafios atuais dos líderes está equilibrar a liderança empática com as exigências de uma cultura orientada para o desempenho.
Apesar de 96% dos executivos acreditarem que um gestor eficaz deve apoiar os colaboradores tanto na vida profissional quanto na pessoal, três em cada cinco afirmam que tomar medidas para obter os resultados desejados é mais importante do que demonstrar empatia e flexibilidade.
O que a maioria ainda não entendeu é que a gestão mais empática não é um ofensor para a geração de negócios – ao contrário. Em seu livro mais recente, Humanismo extremo, Tom Peters, PhD em gestão pela Stanford Business School, reforça que o novo padrão de excelência do mundo dos negócios passa pelas relações humanas. Isso quer dizer, na prática, que se você quer navegar rumo ao crescimento e à lucratividade, fundamentais para a sobrevivência de qualquer empresa, precisa olhar além dos números.
É fundamental entender que há indivíduos por trás dos profissionais, com sentimentos, necessidades, expectativas e sonhos. Segundo Peters, o trabalho de um líder não é conquistar mais seguidores, mas desenvolver as pessoas, engajá-las e servi-las: “As lideranças precisam buscar nada mesmo do que a melhoria da sociedade como um todo. Fazendo isso com todo o seu coração, alma e energia, você se tornará uma referência e, consequentemente trará mais resultados ao negócio”.
David Grossman, autor de Heart First, (Coração Primeiro, ainda sem tradução para o português), é outro defensor da liderança empática, aquele que ouve, apoia e se conecta genuinamente com suas equipes. É dessa forma que as pessoas conseguem atingir bons resultados.
Os talentos não querem mais estar numa organização apenas para ganhar dinheiro, querem ver significado no que fazem, buscam autonomia, flexibilidade, desenvolvimento e qualidade de vida – aspectos que só podem ser alcançados com uma relação transparente, respeitosa e de trocas, sem punições ou medo.
Quantas vezes você, como líder, fez perguntas ao time como: O que precisa? De que forma posso te apoiar? O que você espera da carreira?.
Se são questionamentos raros, é hora de rever sua liderança.