A inovação como mola propulsora da cultura organizacional

Descubra como a inovação pode auxiliar no fortalecimento da cultura organizacional, desafio número um da gestão de pessoas nas três edições da pesquisa Think Work | Desafios e Tendências do RH

Com a pesquisa Think Work | Desafios e Tendências do RH, que chegou em sua 3ª edição em 2024, conseguimos avaliar não apenas o que os departamentos de gestão de pessoas esperam enfrentar em cada ano, mas também a evolução da importância dada a cada assunto com o passar do tempo.

Dessa forma, podemos ressaltar diversos pontos, por exemplo: atrelar dados à gestão de pessoas (people analytics) ficou em 10º lugar entre os desafios dos RHs em 2022, com 13% das respostas, depois em 3º lugar (20%) em 2023 chegando ao 6º lugar em 2024, com 15%. Mas existe uma prioridade que, em todas as edições, se manteve no topo: cultura organizacional.

Figurando entre os principais desafios para 29% dos respondentes em 2022, 35% em 2023 e 38% neste ano, a questão se mantém em destaque nos últimos 3 anos.

Para Matthias Wegener, CKO da Think Work, é natural que fortalecer a cultura organizacional seja um desafio para grande parte das empresas. Segundo ele, trata-se de um dos temas mais difíceis para se trabalhar nas companhias devido à sua complexidade. “Desde a definição da cultura atual e da cultura desejada, passando pela busca de apoio dos dirigentes e pela gestão da mudança em si, todo o processo é bastante trabalhoso, demorado e cercado de etapas que demandam que o RH consiga ter certa influência na arena política na organização”.

Assim, principalmente nas empresas em que o RH ainda não tem um papel muito expressivo e não consegue ter o devido apoio dos executivos, fazer a gestão da cultura pode ser algo bastante desafiador. 

Matthias ressalta a importância do papel da gestão de pessoas no fortalecimento da cultura: “Porque em muitas empresas o RH ainda não conseguiu comprovar o seu valor internamente nas organizações e, com isso, não consegue ter apoio dos dirigentes para promover as alterações desejadas na cultura organizacional. E, sem o apoio da direção da organização, não há como se mudar uma cultura.”

Mas existem empresas que estão usando a inovação para enfrentar esse desafio. Participantes do Think Work Innovations 2023, e-Core e Brain são exemplos que se destacaram com projetos que ajudam a fortalecer a cultura organizacional em suas organizações. 

Saiba mais sobre essas iniciativas a seguir:

e-Core

A empresa de serviços em tecnologia se viu em meio a um desafio duplo entre 2020 e 2022: em um momento de intenso crescimento em que dobrou o número de funcionários, a pandemia de covid-19 também a obrigou a uma rápida migração para o trabalho remoto. 

Esses dois fatores, na visão do time de RH, ameaçavam a coesão dos times, a conexão entre as pessoas e o alinhamento com a cultura da companhia.

Assim, a empresa decidiu apostar na gamificação para reforçar esse ponto, com o “E-Game da Cultura”. Feito em 2D com inspiração no universo do Super Mario Bros., da Nintendo, o jogo trabalha os valores da organização em cinco fases: Build Trust, Better Together, Self Start, Deliver & Delight e Lifelong Learning.

A cada fase, o usuário aprende sobre um valor. Para passar de nível, ele deve solucionar um caso ligado a uma situação do dia a dia, respondendo uma questão de múltipla escolha. Esteja certo ou errado, ele recebe um feedback na hora, com um vídeo em que uma liderança fala sobre aquele determinado valor.

“Os funcionários nos disseram que gostaram de encontrar um jeito leve e divertido de trabalhar algo importante e sério, como cultura e valores. Além disso, na última pesquisa trimestral, perguntamos às pessoas se seu time vivenciava os valores da empresa e se seu líder praticava tais valores. Obtivemos 90% de respostas positivas, um resultado excelente”, disse Luana Bohn Pinheiro, analista de people experience da e-Core.

Brain

Com a intenção de integrar todos os recém-contratados em uma única cultura, a empresa, que tinha apenas 5 anos de existência em 2022, buscou alterar sua metodologia de gestão, que na época era feita com base em KPIs (Key Performance Indicator, ou Indicador-Chave de Performance, em português). A ideia era trazer a força de trabalho para uma mentalidade de inovação.

Diante desse desejo de mudança, o time de pessoas começou a fazer pesquisas e a desenhar um projeto próprio. Essa imersão levou a Brain a adotar OKRs (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados-Chave, em português), uma metodologia de gestão muito usada no Vale do Silício, EUA. 

Depois de contratar uma plataforma para gerir esses OKRs, batizada internamente de Main Brain, e treinar os trabalhadores, os resultados começaram a aparecer. 

O que faz essa metodologia contribuir também com a cultura é a forma que ela é apresentada na plataforma. Os funcionários podem acessar os dados, metas e objetivos de todos os departamentos da empresa, não apenas daquele que fazem parte, o que é incentivado pela liderança.

Além disso, a definição dos OKRs é feita, quadrimestralmente, com a participação de embaixadores de todas as áreas.

“O projeto aumentou o senso de propósito e o engajamento, o que se reflete nos resultados. Com a metodologia de KPIs tradicionais, as informações sobre metas e resultados eram muito quantitativas e não contribuíram muito para a integração entre áreas e pessoas e também para se ter uma visão do todo. Já as OKRs capturam o esforço do dia a dia, reconhecem cada passo dado”, analisa Renata Caetano, head de gente, cultura e comunicação da Brain. 

A biblioteca de cases da Think Work conta com diversos projetos de sucesso que relatam todo o processo desde a concepção da iniciativa, até a implementação e os resultados. Acesse nossa área exclusiva para assinantes e confira.

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