A força das equipes multigeracionais no mercado de trabalho

Equipes multigeracionais têm maior probabilidade de alcançar uma lucratividade mais alta, escreve Danilca Galdini para a Today

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Vivemos um momento interessante: pela primeira vez na história, pessoas de diferentes faixas etárias estão no mercado de trabalho.

Esse acontecimento reflete não apenas o aumento da longevidade, mas também a permanência prolongada na vida profissional por diversas razões, desde financeiras até bem-estar mental e produtividade. No entanto, essa convivência nem sempre é vista com entusiasmo e precisamos nos atentar aos impactos disso para o desenvolvimento das pessoas e dos negócios.

Certamente existem desafios na gestão de times multigeracionais, como em qualquer relação que envolve pessoas, principalmente devido às diferentes prioridades e demandas que cada geração traz consigo.

No entanto, temos tratado os obstáculos de maneira pouco construtiva, rotulando a nova geração com estereótipos negativos e, normalmente, reduzindo-os a características como pessoas mimadas, sem visão da realidade, sem compromisso. (Aqui vale uma reflexão extra: esses jovens foram educados por nós e vivem em uma sociedade construída por nós, portanto, somos corresponsáveis pelos adultos em que se transformaram, não é mesmo?)

Além dos desafios, existem muitas oportunidades valiosas. Estudos globais mostram que empresas com equipes multigeracionais têm maior probabilidade de alcançar uma lucratividade mais alta. Relatórios da McKinsey e da Deloitte destacam que essas empresas têm até 21% mais chances de superar a concorrência em rentabilidade e podem alcançar até 2,3 vezes mais lucratividade quando adotam políticas inclusivas para todas as idades.

Os benefícios financeiros não são os únicos ganhos. A integração geracional também fortalece a imagem corporativa. Pesquisas da PwC revelam que a maioria dos consumidores valoriza a diversidade, e as empresas que abraçam essa pluralidade transmitem uma imagem de respeito e comprometimento social, conferindo uma vantagem competitiva no mercado.

E, por último, mas não menos importante, essa convivência possibilita o desenvolvimento das pessoas, a ampliação da consciência e a construção de ambientes mais inclusivos.

Faz parte do papel da liderança assumir a responsabilidade pelo seu autoconhecimento e pelo desenvolvimento de sua equipe. Não se trata apenas de treinamentos em geral, mas de entender e oferecer o que as pessoas precisam para se sentirem seguras em suas funções e mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro.

É nossa responsabilidade mostrar para a nova geração que a era deles está apenas começando, que poderão fazer mudanças importantes, mas que precisam aproveitar a expertise de quem já está no mercado de trabalho a mais tempo. Temos de reforçar que a liderança é sua aliada (e agirá de acordo) e que pode abrir portas, em vez de criar barreiras.

Também é nosso papel como líderes sair da zona de conforto e adotar uma mentalidade inclusiva. Em vez de focar em divisões ou em quem está certo ou errado, devemos aproveitar as contribuições de cada geração, promovendo a colaboração e alcançando resultados positivos para todas as pessoas.

Essa abordagem não só promove um ambiente de trabalho mais harmonioso, mas também impulsiona a inovação e o crescimento sustentável.

<strong>Danilca Galdini</strong>
Danilca Galdini

Head de Pesquisa na Cia de Talentos e jurada na primeira edição do Think Work Flash Innovations.

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