Enquanto empresas pressionam por presencial, híbrido prevalece

Pesquisa mostrou que 54% das organizações exigem ou incentivam fortemente a volta ao presencial, mas 80% dos trabalhadores seguem de forma híbrida ou em home office

Em mais um capítulo da guerra entre empresas e funcionários em torno dos modelos híbridos de trabalho, uma pesquisa do The Conference Board mostra que 54% das organizações estão exigindo ou incentivando fortemente os trabalhadores a estarem no local, mas quase 80% ainda estão trabalhando de forma híbrida ou em home office.

Segundo o estudo, apenas 15% dos entrevistados trabalham presencialmente cinco dias por semana, enquanto 28% estão totalmente remotos e 50% no modelo híbrido. 29%  dos entrevistados afirmaram que a organização obriga o trabalho 100% presencial e 25% disseram que elas encorajam fortemente. 

Essa obrigatoriedade pode ter efeitos negativos na retenção de profissionais. De acordo com a pesquisa, 28% dos trabalhadores que foram obrigados a trabalhar presencialmente disseram que a sua intenção de permanecer na empresa diminuiu nos últimos seis meses. 

A pesquisa também se debruçou nos dois fatores que mais levantam preocupação quando o assunto é o trabalho remoto ou presencial: a produtividade e a interação. Em relação à capacidade produtiva dos profissionais, 35% daqueles que estão em home office disseram que a sua produtividade é maior do que há 6 meses, em comparação com 20% daqueles que estão totalmente presenciais e 22% dos trabalhadores híbridos. 19% dos trabalhadores que estão exclusivamente no regime presencial relatam uma produtividade reduzida, em comparação com 16% de quem está no regime híbrido e 8% dos trabalhadores totalmente remotos.

Em relação à interação com colegas e socialização, 37% dos trabalhadores híbridos e 45% dos trabalhadores totalmente remotos dizem estar preocupados com a conexão limitada com seus colegas. Já 35% dos trabalhadores totalmente remotos dizem que não têm preocupações com esse regime. A pesquisa também descobriu que menos da metade das organizações oferece treinamentos para formação de equipes e eventos comemorativos presenciais.

A dificuldade de estabelecer limites entre vida profissional e pessoal também é uma preocupação para trabalhadores totalmente remotos (31%) e híbridos (30%).

O estudo também perguntou aos profissionais sobre as demissões em massa em suas empresas e descobriu que 33% dos funcionários totalmente remotos dizem que suas organizações implementaram demissões nos últimos seis meses, em comparação com 25% dos trabalhadores híbridos e apenas 13% daqueles totalmente presenciais.

“Em um mundo em que muitas vezes pode parecer que enlouquecemos, precisamos reimaginar o local de trabalho como um oásis para os trabalhadores. As empresas não devem apenas pensar porque estão pedindo às pessoas que voltem ao escritório, mas torná-lo um lugar onde elas possam fazer o seu melhor trabalho, aprender, crescer e ter um impacto significativo”, explicou Rebecca Ray, vice-presidente executiva de capital humano do Conference Board, em um comunicado à imprensa

A pesquisa foi realizada entre 25 de abril e 5 maio e entrevistou cerca de 1.300 funcionários dos Estados Unidos.

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