59% dos empregadores acreditam que, se as práticas de trabalho atuais não mudarem, as empresas correm o risco de expulsar as mulheres do mercado
Um estudo feito pela Challenge Works, com o apoio da JPMorgan Chase, mostrou que 59% dos empregadores afirmam que, se as práticas de trabalho atuais não mudarem, as empresas correm o risco de expulsar as mulheres do mercado de trabalho.
Segundo a pesquisa, 29% das mulheres entrevistadas que são trabalhadoras e possuem renda mais baixa disseram que terão que parar de trabalhar, em algum momento no futuro, devido à responsabilidade de cuidado com a casa e com os filhos. No Brasil, de acordo com o IBGE, as mulheres gastam o dobro de tempo do que os homens nos cuidados domésticos.
71% dos empregadores entrevistados disseram que não haverá pessoas de baixa renda no mercado de trabalho, sem mudança nos padrões atuais. Já entre as mulheres, 66% daquelas que possuem renda mais baixa e filhos dizem que as empresas precisam mudar suas atitudes em relação ao trabalho flexível para que o mercado seja acessível para as mulheres no futuro.
A pesquisa também elencou parte dos problemas que impedem essas mulheres de permanecerem no emprego. São eles:
- 26% têm a responsabilidade de cuidar de crianças ou pais idosos;
- 25% só podem trabalhar em horário flexível, incluindo meio período ou remotamente;
- 33% dizem que desistiriam de se candidatar a empregos porque não possuem as habilidades ou experiência relevantes;
- 14% dizem que não podem pagar o treinamento necessário para superar essa lacuna de conhecimento.
Segundo a pesquisa, 33% das mulheres trabalhadoras de baixa renda com filhos estariam interessadas em empregos em um setor focado em tecnologia e inovação. No entanto, embora 78% dos empregadores de indústrias com foco no futuro admitam a necessidade de equipes com mais diversidade e estejam adaptando as práticas de atração e seleção para conseguir isso, 8 em cada 10 dizem que deveriam fazer mais para recrutar de famílias de baixa renda.
“Quando as mulheres de comunidades de baixa renda são integradas à força de trabalho, isso tem um efeito cascata nas próximas gerações. Para uma economia mais inclusiva, é crucial garantir que esses trabalhadores tenham acesso aos recursos e ferramentas de que precisam para competir e prosperar em empregos de qualidade”, disse Stephanie Mestrallet, diretora executiva global de filantropia do JPMorgan Chase, em um comunicado à imprensa.
O relatório inclui uma série de recomendações e soluções para empregadores tornarem os seus locais de trabalho mais acessíveis. São elas:
- Responsabilizar-se pelo cuidado, experimentando práticas de trabalho flexíveis, incluindo uma semana de trabalho de quatro dias, o compartilhamento de trabalho, o home office e outras abordagens;
- Tornar os anúncios de emprego mais acessíveis, considerando o uso da linguagem, trazendo certos benefícios e usando redes informais, como publicidade em mídia social, para recrutar;
- Colaborar com provedores de treinamento em novos modelos e abordar pessoas que desejam voltar ao trabalho;
- Iniciar ou se envolver em esforços em todo o setor para desenvolver e implementar padrões de aprendizado para uma ampla variedade de funções;
- Oferecer cursos de treinamento habilitados para tecnologia para permitir mais flexibilidade para acesso e participação;
- Criar programas de suporte de carreira personalizados para determinados setores.
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