Engajamento de profissionais cai e desengajamento sobe, diz estudo

Índice de engajamento começou a cair em 2020 e atingiu o nível mais baixo da década em 2022, com 32%; já os profissionais desengajados chegaram a 18% 

Os fenômenos da grande debandada (do inglês, great resignation), da demissão silenciosa (quiet quitting) e da própria popularização do home office trouxeram à tona uma das maiores preocupações da gestão de pessoas: a dificuldade em engajar os funcionários. Uma pesquisa da Gallup mostra que o desafio continua relevante: em 2022, a proporção de profissionais engajados caiu e o de ativamente desengajados subiu.

Segundo os dados, a primeira queda no engajamento da década ocorreu entre 2020, quando era de 36%, e 2021, atingindo 34%. No ano passado, o índice chegou a 32%. 

Já em relação aos profissionais ativamente desengajados, os números foram de 14% em 2020, para 16% em 2021 e 18% em 2022. O estudo foi feito com aproximadamente 15 mil trabalhadores de período integral ou meio período, nos Estados Unidos. 

Para chegar aos resultados, a pesquisa utilizou elementos do ambiente de trabalho que interferem no envolvimento e no entusiasmo dos trabalhadores com a empresa e o cargo que ocupam. De 2019, quando o nível de engajamento dos profissionais estava mais alto, para 2022, cinco desses elementos tiveram quedas significativas: 

  • Transparência de expectativas;
  • Conexão com a missão ou o propósito da empresa;
  • Oportunidades de aprendizado e crescimento;
  • Oportunidades de fazer o que a pessoa faz de melhor;
  • Se sentir cuidado no trabalho.

A falta de conexão entre empregado e empregador ficou bastante evidenciada pelos dados, que mostram que houve um declínio de seis pontos na porcentagem de funcionários que se sentem extremamente satisfeitos com a organização em que trabalham. Essa desconexão também apareceu como o principal desafio da área de recursos humanos na pesquisa Desafios do RH para 2023, realizada pela Think Work com apoio da Atlas

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Entre os entrevistados pela Gallup, o nível de engajamento e de desengajamento ativo entre alguns grupos foi diferente: 

Regime presencial e trabalho remoto 

A maior queda de engajamento ocorreu entre os profissionais já preparados para o trabalho remoto, mas que estão atualmente trabalhando 100% no presencial. Esse grupo teve um declínio de 5 p.p no engajamento e um aumento de 7 p.p. no desengajamento ativo. 

Pessoas que trabalham apenas no regime remoto também tiveram um aumento de 4%. no quesito “demissão silenciosa”. 

Mulheres e Homens

Entre gêneros, os números também variam. A taxa de engajamento entre as mulheres caiu 4 p.p e a de desengajamento subiu 3 p.p. Já entre os homens, o engajamento caiu 1% e o desengajamento subiu 1%. 

As mulheres sentiram declínio em elementos como: a sensação de ser cuidada no trabalho, ter alguém que encoraje o seu desenvolvimento e ter discussões de melhorias. 

Pessoas mais jovens e pessoas mais velhas

Os números entre pessoas mais jovens e mais velhas também variam. O engajamento entre as pessoas com menos de 35 anos caiu 4 p.p, enquanto o desengajamento ativo subiu 4%. Já entre os trabalhadores acima de 35 anos, o engajamento caiu 2 p.p. e o desengajamento subiu 1%. 

Os mais jovens alegaram declínio em elementos como: a sensação de ser cuidado no trabalho, ter alguém que encoraje o seu desenvolvimento, oportunidades de aprendizado e crescimento, sentir que as suas opiniões contam e ter um melhor amigo no trabalho.

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