Não se nasce resiliente, torna-se

Para a Today, Elisangela Almeida escreve sobre como promover uma cultura de resiliência nas empresas

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Ao longo da minha vida pessoal e carreira, aprendi que resiliência e adaptação às mudanças são dois ingredientes essenciais para o sucesso. 

O mundo está sempre mudando, e os líderes precisam ser capazes de navegar nesses tempos de incerteza. Para líderes e gestores, promover uma cultura de resiliência entre os trabalhadores não é apenas uma necessidade, mas um imperativo estratégico.

A resiliência é definida pela física como a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica. No mundo dos negócios, é a capacidade de se recuperar e se adaptar a adversidades ou mudanças. Ela é essencial para manter os negócios funcionando e os funcionários engajados, mesmo em face de grandes desafios. É uma habilidade que permite que as pessoas se recuperem de fracassos, lidem com o estresse de maneira eficaz e adaptem-se a novas circunstâncias.

Brené Brown, em seu livro “A Coragem de Ser Imperfeito”, esclarece que a resiliência não é uma qualidade inata, mas uma habilidade que pode ser aprendida e cultivada. Isso é uma ótima notícia para gestores que buscam formas de incorporar a resiliência em suas equipes.

Mas como podemos cultivar essa resiliência? 

É provável que na sua mente tenham surgido algumas imagens de treinamento do Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite, ou daquele super atleta exemplo de superação. Embora cultivar resiliência não seja algo simples, também não algo assim tão complicado. Vejamos algumas ações que fortalecem uma cultura de resiliência:

Promover uma cultura de aprendizado: Uma cultura que aceita o fracasso como parte do processo de aprendizado é fundamental para construir a resiliência. Encorajar os funcionários a aprender com seus erros, em vez de temê-los, ajuda a cultivar uma mentalidade resiliente.

Apoiar o bem-estar dos funcionários: O bem-estar físico e mental dos funcionários desempenha um papel crucial na resiliência. Promover uma cultura que valoriza o autocuidado, a saúde mental e oferecer recursos de apoio pode ajudar a construir uma equipe mais resiliente.

Fornecer feedback construtivo e reconhecimento: O feedback positivo pode ajudar os funcionários a verem o fracasso como uma oportunidade de crescimento e não como um golpe pessoal. Além disso, reconhecer os esforços e o progresso dos funcionários, mesmo que pequenos, pode impulsionar a resiliência.

Durante a pandemia, eu e minha equipe enfrentamos muitos desafios, e à medida que vencíamos um, aparecia outro. Em certo momento, percebi que apesar de muitas vitórias, tínhamos poucos fóruns dedicados à comemoração desses feitos ou somente momentos de descontração. 

Então decidi promover o Café com prosa. Devido ao home office, marcamos um café online. Enviei um formulário para que cada um escolhesse o seu sabor de bolo favorito e na tarde anterior ao café, entregamos de casa em casa o bolo favorito de cada um.  Além disso, pedi que me enviassem uma foto que tivesse um significado especial.  Com estas fotos eu montei uma apresentação que dizia Café com prosa, é sobre pessoas e tudo aquilo que as move…”. E deixei que cada um explicasse o motivo pelo qual aquela foto era importante.

Resultado: as pessoas se sentiram tocadas e cuidadas ao receber um bolo, e pela oportunidade de falar de si e daquilo realmente importava para elas. Assim, uma reunião online prevista para durar 1 hora, durou 4 horas e ninguém queria sair. As pessoas queriam falar de si e conhecer o outro. Acredito também que cada um teve a chance de relembrar o porquê e como ela se auto motiva. Depois desse evento, a motivação e resiliência da equipe com certeza aumentou.

Enfim, como líderes, devemos promover uma cultura de resiliência em nossas organizações. Ao fazer isso, podemos ajudar a preparar nossas equipes para lidar com qualquer adversidade que possa surgir e, ao mesmo tempo, cultivar um ambiente de trabalho saudável, engajado e produtivo. A resiliência é mais do que apenas uma habilidade – é uma estratégia para o sucesso.

Elisangela Almeida

Executiva financeira com mais de 20 anos de experiência, conselheira de administração sobre planejamento financeiro e estratégico e co-fundadora do Conselheira 101 e do W-CFO.

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Comentários Não se nasce resiliente, torna-se

  1. Barbara Silva disse:

    Que matéria SENSACIONAL! Amei a ação do café com prosa, o que só reforça algo que acredito e que prático na organização que trabalho, que e como humanizamos as ações que fazemos! Neste mundo cada vez mais tecnológico e virtual, precisamos humanizar as coisas que fazemos!
    Parabéns!

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