Como a diversidade te atravessa? 

Para a Today, Ana Paula Franzoti escreve sobre como dialogar sobre diversidade sob uma nova perspectiva pode nos fazer aprender mais sobre nós mesmos

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Como a diversidade te atravessa? Foi com esta pergunta que recentemente iniciamos sessões sobre equidade, diversidade e inclusão com lideranças de Recursos Humanos. O objetivo desta conversa foi debater esse tema amplo de forma tangível, sob a perspectiva de dados. Falar, com informações objetivas, de algo que para muitos de nós é subjetivo.

Fazer perguntas – e a forma como as formulamos – muda totalmente o debate e a reflexão sobre qualquer questão.

Historicamente, líderes aprenderam que deveriam ter todas as respostas. Então, qual a necessidade das perguntas? Questões até existiam, mas eram feitas quase em tom de ameaça. Feitas para checar quanto alguém sabia sobre um determinado tema. Para validar. Para “tirarmos 10” – ou não! 

Ao longo da minha carreira, presenciei cenas constrangedoras de gestores – não dá para chamar de líderes – que usavam as perguntas para explicitar quanto o outro não sabia.

Ainda bem que os tempos e as relações no trabalho e com o trabalho evoluem!

Voltando à pergunta com a qual iniciamos o texto: ficou claro para nós que as perguntas feitas sem julgamento, sem a intenção competitiva de medir quem sabe mais, trazem perspectivas mais interessantes para qualquer discussão. E o melhor: nos permitem ouvir histórias lindas e emocionantes.

E acredito que esta pergunta que intitula o artigo pode ser um bom ponto de partida para uma autorreflexão importante que faz parte da nossa evolução como pessoas e consequentemente como profissionais.

Como nossa história é repleta de questões que são estruturais, com certeza o tema diversidade te atravessou, te atravessa ou te atravessará de alguma forma.

O autoconhecimento é fundamental para buscarmos aprender o que não sabemos. E não há demérito em não saber. O problema acontece quando achamos que sabemos e agimos assim, o que tem um impacto importante no desenvolvimento de times, além de comprometer espaços que deveriam trazer segurança psicológica.

Estudar, aprender e conversar são práticas que contribuem para que tenhamos empatia, além de ampliarem nossa visão de mundo. E como fazer isso? Se aproximando do que não necessariamente conhecemos a fundo, estudando, lendo e fazendo perguntas. Veja estes dados, que são resultados da pesquisa “Cenário das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho”, realizada pela consultoria Mais Diversidade:

  • Apenas 9% das pessoas com deficiência ocupam cargos de liderança;
  • 53% dos trabalhadores desconhecem planos definidos para o desenvolvimento profissional desse grupo nas empresas em que atuam.  

Agora eu pergunto: por que será? Será que realmente todos estes profissionais não podem assumir novas funções? Ou será que nosso viés inconsciente de achar que profissionais com deficiência são limitados determina nossa atitude de “achar” que não podem ser desenvolvidos?

E tenha certeza, nossos comportamentos trazem muito destes vieses, mesmo que achemos que não temos.

De novo volto à pergunta: como a diversidade te atravessa?

O que você responderia para esta pergunta? O que você acha que seu time responderia?

Lanço o desafio de você fazer uma conversa com qualquer grupo que queira, iniciando com esta pergunta e, sem nenhuma expectativa de resposta certa ou errada, só escutar e dialogar.

Faça mais perguntas e traga o tema diversidade para seu dia a dia desta forma e de tantas outras!

Ana Paula Franzoti

Diretora de Desenvolvimento Organizacional e Equidade, Diversidade & Inclusão. Na Think Work, escreve sobre carreira, diversidade e inclusão nas empresas e no mercado de trabalho.

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