Os desafios e caminhos para atrair e reter talentos tech

Para a Today, Danica Galdini escreve sobre o crescente déficit de talentos tech no Brasil e como traçar estratégias para atrair e engajar esses profissionais

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O avanço tecnológico e a transformação digital têm impulsionado a demanda por profissionais de tecnologia em diversos setores da economia. 

No entanto, a escassez de talentos nessa área é um desafio crescente: a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais calcula que em cinco anos serão criados quase 800 mil novos postos, mas o Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano. Isso significa um déficit de 532 mil pessoas.

Este cenário exige a construção de uma estratégia para atrair e engajar profissionais que atuam na área e um olhar especial para jovens que estão em formação, uma vez que serão eles que irão ocupar as posições em aberto. 

Recentemente realizamos uma série de entrevistas com estudantes de cursos de TI, profissionais de recursos humanos e lideranças de tecnologia para entender os desafios na atração e gestão de profissionais que têm interesse ou atuam com tecnologia. O estudo gerou insights interessantes e, neste momento, gostaria de destacar os dois perfis de profissionais que foram identificados:

Tech nativos

  • Tem preferência pela área desde o início de suas carreiras;
  • Interesse pelo mundo da tecnologia vem desde a infância, com estímulos ao longo da vida escolar;
  • Gostavam de videogame, participavam de oficinas de robótica e programação, além de resolverem desafios em maratonas de tecnologia;
  • Tiveram a oportunidade de estudar e experimentar o mundo tech em experiências de educação formal (escola e faculdade);
  • São protagonistas em seus rumos e decisões de carreira – pessoas bem-informadas;
  • Têm clareza do que querem (empresas, áreas e linguagens);
  • Olham para o mercado querendo saber o que a empresa tem para oferecer de positivo;
  • Possuem informações sobre o mercado, possibilidades de carreira, remuneração e benefícios;
  • Costumam ter critérios rigorosos ao escolher um trabalho;
  • O foco da carreira costuma ser em empresas estrangeiras, com salários em dólar.

Migrantes

  • São pessoas que fizeram transição de carreira e nem sempre têm o ensino superior completo;
  • 30% das pessoas entrevistadas estão cursando a segunda graduação;
  • Atuavam em outra área, mas ficavam de olho nas demandas de mercado e em boas oportunidades de carreiras (financeira e de crescimento);
  • Preferem informações mais rápidas, imersivas e específicas oferecidas em bootcamps e em escolas que oferecem cursos online de tecnologia;
  • O foco está em conseguir uma primeira oportunidade de entrar na área e começar a posicionar melhor seu currículo com experiência;
  • Costumam ter mais abertura para empresas locais e valorizam aquelas com bons programas de formação. Ou seja, têm como objetivo as oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.
  • É um grupo com mais diversidade no aspecto de gênero e raça, especialmente.

E por que destaco estas informações? Conhecer as pessoas que a empresa precisa atrair e engajar é essencial para construir uma marca empregadora forte. Permite alinhar a mensagem, segmentar eficientemente o recrutamento, criar conexões, atrair pessoas alinhadas com a cultura e metas da organização e contribui para o engajamento. 

<strong>Danilca Galdini</strong>
Danilca Galdini

Head de Pesquisa na Cia de Talentos e jurada na primeira edição do Think Work Flash Innovations.

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