Geração Z é a mais preocupada com monitoramento no trabalho e vê prática como invasão de privacidade
Com a popularização do home office e do trabalho híbrido, muitas empresas adotaram ferramentas que monitoram a produtividade dos funcionários quando estão em casa, rastreando teclas pressionadas, movimentos do mouse e atividades online.
Em resposta, alguns trabalhadores encontraram maneiras de burlar a vigilância, utilizando dispositivos como simuladores de movimento de mouse para evitar punições por se afastar de suas mesas.
Para tentar entender melhor essa situação, uma pesquisa recente da Checkr, uma plataforma de verificação de antecedentes, perguntou para um grupo de 3.000 norte-americanos se eles considerariam aceitar uma redução salarial para não serem monitorados por seus empregadores. Quase metade disse que sim.
O levantamento destacou que essa preocupação é mais forte entre a geração Z, com 54% dos jovens dispostos a essa concessão. Para comparação, a taxa de resposta entre outras faixas etárias foi de 47% na geração Y, 44% na geração X e 45% entre os baby boomers.
A geração Z também é a que mais vê essa fiscalização como invasão de privacidade, com aproximadamente 72% dos respondentes se posicionando nesse sentido, enquanto 60% dos baby boomers compartilham essa opinião.
Além dessa justificativa, 84% dos entrevistados expressaram preocupações sobre como os dados coletados nesse monitoramento serão tratados e usados pelos empregadores.
Monitorar ou não monitorar, eis a questão
Enquanto as empresas têm o direito de definir métodos de medir a produtividade dos funcionários, especialistas têm alertado que essas ferramentas podem gerar um cenário falso. Afinal, só digitar ou mexer no mouse não significa, necessariamente, estar trabalhando.
E quando essa supervisão não é devidamente comunicada, pode ainda prejudicar a reputação das organizações, dificultando a contratação e retenção de talentos.
O RH pode colaborar nessa questão delicada, analisando o cenário interno de cada companhia e propondo soluções que apoiem a mensuração de produtividade, mas de uma forma transparente, respeitosa e sem prejudicar a relação de confiança e autonomia que é fundamental para o trabalho à distância.