Medida visa combater gap salarial e tornar mais igualitárias as práticas de remuneração entre gêneros
A Califórnia se tornou o mais recente estado norte americano a forçar empresas a divulgarem informações detalhadas sobre salários, em um esforço para reprimir a desigualdade de remuneração entre os gêneros.
Conforme reportou a BBC, os defensores de leis para a transparência na remuneração acreditam que a prática faz com que as empresas assumam a sua responsabilidade quanto a diferenças salariais. Além disso, o fato de ter os salários divulgados faz com que mais pessoas e organizações reconheçam a dimensão do problema do gap salarial.
Nos Estados Unidos, por exemplo, mulheres que trabalham em tempo integral ganham 83% do total auferido pelos homens. Para mulheres negras e hispânicas a diferença seria ainda maior.
O estado da Califórnia não é o único nesse movimento. Ainda em novembro deste ano, uma legislação semelhante deve ser aprovada em Nova Iorque. Maryland, Connecticut, Nevada e Rhode Island também já contam com leis que determinam a divulgação dos salários em vagas de emprego.
Na Dinamarca, onde as organizações já são obrigadas a adotar transparência salarial desde 2006, pesquisadores descobriram que a disparidade salarial entre homens e mulheres diminuiu desde então, enquanto a lucratividade das empresas permaneceu inalterada.
No entanto, especialistas lembram, as leis de transparência salarial não são uma “bala de prata”. Segundo eles, elas devem vir acompanhadas de engajamento das lideranças para, de fato, entender quais as causas da disparidade salarial entre os gêneros nas organizações.