Como aliar a inovação e a tecnologia na gestão de pessoas?

Meio a revolução tecnológica gerada pela IA e chatbots, conversamos com Marcelo Nóbrega, especialista em inovação e tecnologia em RH, sobre como a gestão de pessoas pode se aproveitar desses avanços

A inovação pode se basear nas revoluções tecnológicas, embora não precise se limitar a elas. Quando se une à gestão de pessoas, o trio pode trazer excelentes resultados.

É o que nos conta Marcelo Nóbrega, especialista em inovação e tecnologia em RH, investidor e conselheiro de HRTechs e jurado do prêmio Think Work Flash Innovations. 

É ele que, no prêmio, tem o olhar mais apurado para o uso da tecnologia a serviço de uma boa gestão de pessoas. E sua experiência pode ensinar muito!

Em nossa conversa, ele mostra suas perspectivas sobre como a inovação pode transformar a gestão de pessoas e criar mais eficiência para o departamento de RH. Tudo isso, mantendo como prioridade o aprimoramento da experiência do funcionário e o bom armazenamento de dados.

Parece uma métrica difícil de ser alcançada. Mas é exatamente aí que a tecnologia chega para ajudar.

O céu é o limite na aplicação da inovação na gestão de pessoas?

“Com o poder computacional que temos hoje, IoT e armazenamento em nuvem, a tecnologia permite operacionalizar toda e qualquer ideia que vise criar mais eficiência para o departamento de recursos humanos”, inicia Marcelo Nóbrega. Para ele, a tecnologia vem até mesmo para melhorar a experiência do funcionário. É uma questão de tempo para que todos esses recursos estejam disponíveis, se é que já não estão enquanto você nos lê.

“O céu é o limite”, comenta. “No campo da eficiência, já temos a admissão digital e a assinatura eletrônica de documentos, por exemplo”.

E quando falamos da experiência do funcionário, como esta adequação traz resultados?

“A análise de redes organizacionais permite metrificar o quanto uma empresa é realmente inclusiva”, exemplifica Nóbrega. “Programas de IA generativa já podem nos ajudar a escrever políticas, desenhar job descriptions, preparar roteiros de entrevistas e de cursos”, sugere.

Segundo Marcelo, hoje já há soluções que utilizam análise de sentimentos, reconhecimento de imagem e voz no recrutamento e seleção. A partir desses inputs é possível gerar o que ele chama de “assessments comportamentais dos candidatos”, o que auxilia, portanto, em decisões mais precisas na hora de contratar alguém. 

A tecnologia de ponta já é tão acessível que, com esses recursos, já seria possível conduzir um processo seletivo quase sem intervenção humana. Mas é possível ir além.

Como as empresas podem contar com a tecnologia para criar ambientes diversos?

Já é possível usar a tecnologia para chegar a um melhor conhecimento do outro. “Seja através de pesquisas ou de ferramentas de comunicação”, sugere Nóbrega. Desta forma, ele indica que líderes podem trabalhar melhor em prol do desenvolvimento dos membros de suas equipes de acordo com seus interesses. E tem mais!

“O que vai realmente fazer a diferença é a análise de redes organizacionais”, adverte o especialista. “Algo muito trabalhoso de se conseguir sem tecnologia, mas hoje há ferramentas que nos permitem entender as redes de relacionamento que existem dentro e entre as organizações”.

Ele explica que “são como mapas de calor que nos permitem ver quem se relaciona com quem, quem é influente e quem está à margem. Isso permite dizer o quão inclusiva é uma organização”. 

Nóbrega ainda deixa um questionamento: “as pessoas que estão à margem, possuem poucas conexões devido à natureza do seu trabalho ou estão assim porque são de alguma forma excluídas ou discriminadas?” Vale pensar.

Como as empresas podem equilibrar a inovação, a humanização do trabalho e as preocupações com resultados?

“Possuindo uma cultura corporativa sólida que esteja alinhada com sua estratégia e objetivos de negócios e com isso desenhar a estrutura e modos de trabalho desejados”.

Quando perguntado sobre qual é o papel da gestão de pessoas na promoção de uma cultura de tecnologia e inovação nas empresas, Nóbrega é rápido na resposta: “walking the talk“, ou seja, agindo conforme o discurso, em inglês.

Para ele, “o RH deveria ser o primeiro departamento a se digitalizar em qualquer organização”. É com ele que todos os trabalhadores têm contato quase que diariamente”. Desta forma, segundo o entrevistado, “além de dar o exemplo, fornece a experiência e estimula o apetite ao risco em outras partes”.

E para você, o que é inovação? 

“Criatividade aplicada”, condensa. E se este for o seu caso, por que esperar?

Se você também tem exemplos de inovação aplicada à gestão de pessoas, participe da segunda edição do Think Work Flash Innovations. Inscreva-se já! 

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