Innovations: cultura de autonomia leva à inovação

Organizações que têm como pontos fortes a autogestão, protagonismo e flexibilidade são as mais criativas

A cultura, de um povo ou de uma comunidade, é o conjunto de valores, crenças, hábitos e normas muitas vezes não ditas que caracterizam um determinado grupo. Quando se fala de cultura organizacional, é a mesma coisa. Daí, por exemplo, haver empresas que, pelos princípios e idiossincrasias que reúnem, apresentam perfil mais ou menos voltado para a inovação. No Prêmio Think Work Flash Innovations 2023, foram inscritas 51 iniciativas ligadas a cultura. E, entre elas, foi possível perceber que, nas empresas onde havia cultura de autonomia, havia também mais inovação na gestão de pessoas.

Autogestão, protagonismo individual e flexibilidade são pontos que indicam se uma empresa está longe ou perto da autonomia. A relação é direta. Quanto mais forte a cultura de autonomia de uma organização, mais os seus funcionários são capazes de tomar decisões e de honrar responsabilidades e tarefas, respeitando os limites organizacionais. E todos esses pontos citados demandam um voto de confiança da empresa no funcionário.

É essa liberdade responsável que eleva as oportunidades que uma companhia tem para inovar. Quanto mais livre e estimulado para criar, ter novas ideias e arriscar, seja em conceitos, processos ou modelos de trabalho, mais propenso a fazê-lo um profissional vai estar. E o surgimento de algumas soluções estimula outras. É um efeito desencadeante, que cria um clima – uma cultura – de inovação.

Por outro lado, e como para confirmar essa relação entre autonomia e inovação, a amostra do Innovations permite concluir que, nas empresas cuja cultura é marcada pela ordem e pela estabilidade, há mais dificuldade para inovar. Afinal de contas, onde o comando e o controle são rígidos, as pessoas têm mais barreiras – externas e internas. 

Em seguida, selecionamos dois cases de empresas certificadas na premiação para inspirar outros RHs a criar uma cultura mais inovadora. 

Gestão horizontal & autonomia

A agência de design Elephant Skin criou uma gestão horizontal de pessoas para melhorar a atração, a retenção e o desenvolvimento de talentos. Como modelo, foi usada a estrutura molecular do DNA. Assim como ele é constituído por quatro bases nitrogenadas, o modelo de negócio da agência tem quatro fundamentos: Inteligência Criativa, Pessoas, Processos e Clientes. 

Dentro dessa estrutura, as lideranças funcionam em duplas de perfis mistos, que gerenciam células de até 10 pessoas. As células ou times são dinâmicos: quando chegam novos profissionais, novas equipes se formam. Essa estrutura dá agilidade às equipes, que obtêm alinhamentos e ajustes de rotas com maior rapidez e eficácia. Ela também impulsiona a retenção de talentos, pois permite criar posições para funcionários que se sobressaem. 

Segundo a empresa, as pesquisas de clima mostram que essa estrutura autônoma tem enorme impacto positivo no relacionamento dos times. 

A Rodobens, empresa de serviços financeiros, precisava fazer a sua comunicação chegar, de um jeito eficaz e interessante, a seus 3 mil funcionários. O maior desafio era atingir quem estivesse na linha de frente do negócio e em regime remoto. 

Visibilidade para as equipes

Para isso, ela se inspirou nos formatos das redes sociais e criou o programa de vídeo Conectados, que traz as novidades da organização de maneira leve, divertida e acessível. A iniciativa é uma forma de a empresa se aproximar dos funcionários e fortalecer sua cultura.

O programa é mensal e apresenta as notícias, campanhas, boas práticas e resultados da empresa. Também são entrevistados funcionários para falar sobre a cultura e o negócio, e as equipes são incentivadas a sugerir temas. 

Desde que foi lançado, em 2022, o projeto vem sendo monitorado e apresenta resultados positivos de engajamento: 8.600 visualizações, 96 comentários e 739 curtidas.

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