Pesquisa mostra que trabalho flexível funciona melhor em organizações que tenham uma cultura flexível e colaborativa e que dão independência aos trabalhadores
O trabalho remoto parece funcionar melhor em empresas que criam ambientes flexíveis, promovem a colaboração e dão independência e suporte aos trabalhadores, aponta uma pesquisa feita pelo Georgia Institute of Technology. Foram analisadas 140 mil avaliações de funcionários atuais em 52 empresas que estão na lista Fortune 500, disponíveis no Glassdoor.
“Uma das maiores mudanças durante a pandemia para todos nós, para o bem ou para o mal, foi o trabalho remoto. A motivação para nós nesta pesquisa foi entender o que torna algumas organizações mais adequadas para o trabalho remoto e outras não. Descobrimos que os aspectos culturais são os mais importantes.”, disse, em um comunicado à imprensa, Munmun De Choudhury, professora associada da School of Interactive Computing e pesquisadora responsável pelo estudo.
Segundo a pesquisa, as empresas com uma cultura positiva para o home office se destacaram em três categorias principais:
- Interesses: as empresas que capacitam os funcionários a perseguir os seus próprios objetivos, interesses e formas de conduzir suas rotinas foram vistas de forma mais favorável;
- Valores de trabalho: companhias que dão liberdade aos funcionários para tomar suas próprias decisões e trabalhar em um ambiente colaborativo geram mais satisfação;
- Características do trabalho estruturado: organizações com trabalho remoto e horários flexíveis são mais propensas a atrair funcionários.
“Encontramos essas palavras-chave em avaliações, como ‘equilíbrio entre vida profissional e pessoal’ ou ‘trabalho flexível’, que ocorrem com frequência na seção de profissionais de boas empresas”, disse, em um comunicado à imprensa, Mohit Chandra, um dos pesquisadores.
O estudo também descobriu que as principais características das empresas com culturas tóxicas para o trabalho remoto são:
- Frequentemente falham em promover esforços de diversidade, equidade e inclusão;
- Fazem com que os trabalhadores se sintam desrespeitados e
- Agem de forma antiética.
Os pesquisadores também acreditam que esses resultados refletem diferenças geracionais em relação ao que é valioso para os funcionários.
“Há muitos relatos de ‘quiet quitting’ e Grande Renúncia porque os Millennials e a Geração Z valorizam muito a cultura, em contraste com as gerações anteriores, como os Baby Boomers, para quem a satisfação no trabalho era em grande parte uma questão de remuneração”, explicou Munmun.
Segundo ela, as gerações mais jovens podem dizer que estão satisfeitas com um salário médio se puderem ter essa flexibilidade no horário de trabalho, e é isso que torna essas empresas mais favoráveis ao trabalho remoto.
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