Além do fortalecimento da cultura e o people analytics, conquistar e reter mais talentos está entre as principais questões deste ano, segundo a pesquisa Desafios do RH em 2023
Os números, muitas vezes, parecem brincar com nossa análise de dados. É esse o caso quando eles mostram que mais de 40% das empresas pretendem aumentar suas equipes em 2023, ainda que mais de 50% delas tenham mapeado problemas com escassez de mão de obra. É o que indica a pesquisa Desafios do RH para 2023, realizada pela Think Work com apoio da Atlas.
Embora pareçam resultados opostos, a escassez de mão de obra prevista por grandes empresas participantes da pesquisa aponta, em sua maior parte, para a escassez de trabalhadores do operacional e de produção (54% das entrevistadas) e em profissionais de tecnologia (56%).
Os motivos são variados. Para contratação no segmento de tecnologia, a principal reclamação é sobre a inexistência de profissionais suficientes no mercado. Já para o trabalhador de produção, as empresas concordam sobre a carência de formação.
Diante deste cenário, em encontro ocorrido nesta quinta-feira (02/03) sobre resultados da pesquisa Desafios do RH para 2023, o tema da atração e retenção de talentos ganhou força.
Para Adriano Araujo, presidente da Atlas na América Latina, a competição passou a ser global e as empresas precisam estar preparadas. “Hoje muitas empresas de fora vêm buscar os talentos aqui e vice versa”. Então, como superar a escassez de mão de obra e manter os talentos?
Soluções que atraem e mantêm mais talentos
Para que as empresas conquistem o crescimento de equipe desejado, a forma de atrair e reter os talentos pode passar por diversas soluções e benefícios. Uma delas, indicada na pesquisa, está na priorização de modelos híbridos e do home office.
A pesquisa identificou que, das empresas que enxergam potencial dificuldade com relação à escassez de mão de obra, 75% adotam o modelo de trabalho presencial, enquanto apenas 56% seguem os modelos híbridos e remotos.
“Muitas vezes, há uma questão de recrutamento e seleção que pode ser revista também”, pondera Matthias Wegener, head de pesquisas e benchmarking na Think Work, que apresentou a pesquisa. “Os processos se modernizam constantemente e sempre sobram dificuldades, o que pode explicar a deficiência em encontrar pessoas corretas e qualificadas para os postos de trabalho”.
Esses pontos levam a outros desafios, entre os 28 mapeados na pesquisa, que são a transformação digital do RH e a gestão atrelada à dados. Em um processo de contratação modernizado, tal dificuldade pode ser minimizada.
Entre os motivos de permanência das pessoas em seus empregos, questões como flexibilidade de horário, benefícios e salários seguem em alta. Um ponto que chamou atenção foi também para a importância da estabilidade. Seu índice cresceu do ano passado para este, muito em razão da onda de demissões em massa observadas nos últimos meses. “É importante que as pessoas saibam que podem trabalhar com um certo nível de segurança, sem perder em performance, mas com segurança para produzirem bem”, comentou Matthias.
Outros fatores de atração também ganharam atenção, como a oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento (em 48% dos casos), o compartilhamento de valores entre a companhia e o candidato (42%) e o propósito da empresa (25%).
Pelo segundo ano consecutivo, o fortalecimento da cultura organizacional ficou em primeiro lugar entre os principais desafios para os RHs, com 35% das respostas. O que, embora não seja uma surpresa, se conecta bem com outros desafios, como a atração e retenção de talentos.
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