Gigantes como a PwC, Google, Starbucks e Amazon vêm fazendo feio no quesito diversidade da força de trabalho, o que traz consequências tanto para a imagem como para as finanças das empresas
A diversidade e a inclusão são muito importantes para a sociedade, mas nem todas as companhias estão dispostas a cumprir seus compromissos nesse sentido. A consultoria PwC, por exemplo, anunciou recentemente que vai desistir de algumas de suas metas de diversidade, porque, segundo eles, elas são difíceis de alcançar ou de medir.
Outras gigantes como a Starbucks e Google também revisaram suas metas nos últimos meses. Em 2020, a Amazon também foi fortemente criticada por se negar a apresentar relatórios de diversidade da empresa após firmar um compromisso de inclusão em sua força de trabalho no ano anterior.
Porém, estudos mostram que as organizações não estão apenas “fazendo feio” quando a questão é D&I. Elas também estão deixando de lucrar e abrindo mão da satisfação de seus funcionários. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, empresas que investem em diversidade ganham mais dinheiro e têm funcionários e clientes mais felizes. O estudo mostrou ainda que as companhias que têm mais mulheres e pessoas de diferentes raças e culturas em cargos de liderança têm lucros maiores do que as empresas que contam com menos diversidade.
Outro relatório, feito pela própria PwC em parceria com o Instituto Ethos, mostrou que 76% das empresas acham a diversidade um valor ou uma prioridade, mas apenas 4% conseguem conduzir políticas que funcionam bem. A pesquisa também mostrou que os principais desafios para fazer esses programas são: transformar intenção em ação, mudar comportamentos, ter líderes responsáveis, ligar custos e resultados e orçamento.
Para Cris Kerr, especialista em diversidade e inclusão e fundadora da consultoria CKZ Diversidade, as empresas que desistem de suas metas de diversidade estão perdendo uma grande chance de se diferenciar no mercado e de se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas. “A diversidade é uma fonte de inovação, porque traz diferentes olhares, vivências e soluções para os problemas. Além disso, trata-se de uma questão de justiça social, de respeito aos direitos humanos e de representatividade da sociedade”, diz.
Chris destaca que existem empresas que estão se destacando por suas práticas de diversidade e inclusão, como a Accenture, a Sodexo, a Ambev e a Avon, que foram reconhecidas pela edição de 2023 da Pesquisa de Diversidade e Inclusão do Instituto Ethos.
Essas companhias têm feito ações como: diagnóstico da realidade atual, construção de uma estratégia inspiradora, engajamento da liderança, criação de um movimento sustentável, treinamentos massivos, aceleração de lideranças negras, implantação e fortalecimento de comitês e grupos de afinidades e contratações exclusivas e ações afirmativas.
“A diversidade e a inclusão são temas estratégicos para as empresas que querem ter vantagem competitiva, sustentabilidade e rentabilidade. Não se trata de uma moda ou de uma imposição, mas de uma necessidade e de uma oportunidade. As empresas que entenderem isso e agirem de forma consistente e transparente vão se beneficiar dos resultados positivos que a diversidade traz”, finaliza Chris.
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