Mudanças sociais estão ligadas a 3 dos maiores riscos globais

Crise no custo de vida, erosão da coesão social e polarização e migração forçada em larga escala são os principais riscos globais segundo relatório do Fórum Econômico Mundial

Um relatório criado pelo Fórum Econômico Mundial mostrou que, entre os 10 riscos globais previstos para os próximos dois anos, três estão ligados a mudanças sociais. Segundo o The Global Risks Report 2023, os resultados do estudo são uma mistura entre ameaças completamente novas à sociedade e outras estranhamente familiares. 

Crise no custo de vida

Em primeiro lugar, o relatório elegeu a crise no custo de vida, ou seja, a impossibilidade de que parte da população mantenha o seu estilo de vida atual devido ao aumento do preço de itens essenciais.

De acordo com o estudo, os efeitos desse problema são sentidos principalmente pelas partes mais vulneráveis da sociedade, o que pode levar ao aumento da pobreza, da fome, de protestos violentos, da instabilidade política e até mesmo a eventuais colapsos de Estado. 

Mas a inquietação social e a instabilidade política não serão sentidas apenas nos mercados emergentes. A frustração das pessoas com as quedas no desenvolvimento humano e na mobilidade social, unida ao crescimento de uma lacuna de valores e igualdade, irão se tornar um desafio para as lideranças e sistemas políticos no mundo inteiro. 

Erosão da coesão social e polarização 

Em quinto lugar, e em crescente ascensão no ranking ao longo dos anos, foram eleitas a erosão da coesão social e a polarização, que podem fragmentar comunidades e levar a um declínio da estabilidade social. Exemplos dessas ameaças podem ser a agitação civil persistente e as desigualdades de oportunidades relacionadas à idade, etnias, renda e bagagem educacional.

O relatório aponta que as ameaças já se fazem presentes em alguns países, com destaque para os processos eleitorais recentes, inclusive a última eleição presidencial brasileira.

Ambos os riscos podem ser provocados ou agravados por várias outras ameaças de curto e longo prazo, como a crise na dívida, a instabilidade do governo, as crises no custo de vida, a inflação, a desaceleração econômica prolongada e os problemas relacionados ao clima. 

Migração forçada em larga escala

Em décimo lugar, e pela primeira vez no ranking, aparecem os movimentos de migração forçada, que podem ser provocados por perseguição e discriminação, falta de oportunidade econômica, desastres naturais e humanos e conflitos internos. Esse risco ainda pode ser agravado por outras ameaças já citadas, como a polarização e a crise no custo de vida.

Outros desdobramentos ligados a mudanças na sociedade também aparecem no top 20, como a desinformação e as crises de falta de emprego e de subsistência. 

No ranking específico do Brasil, as crises de falta de emprego e de subsistência aparecem em quarto lugar, precedidas por: inflação, aumento da atividade econômica ilícita, conflitos geoeconômicos e choque nos preços das commodities

O estudo ouviu 1.249 respondentes, distribuídos por todas as regiões do mundo, e foi realizado entre setembro e outubro de 2022.

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