Competição x compreensão: o que a geração Z realmente precisa?

As constantes tranformações do mercado de trabalho abrem espaço para a discussão sobre os meios utilizados pelas empresas para atrair e reter os jovens talentos

Muito se fala sobre a chegada em massa da geração Z (1995-2010) no cenário corporativo. Aliás, espera-se que os zoomers representem mais de um quarto de toda a força de trabalho global até o próximo ano. Entretanto, pouco se discute sobre as estratégias traçadas para manter a satisfação e a motivação dos novos talentos dentro das companhias.

Ao voltar um pouco no tempo, nota-se que os efeitos da pandemia de covid-19 se alastraram em todas as gerações, incluindo a dos nativos digitais – que têm enfrentado mais desafios relacionados à qualidade de vida e saúde mental desde então.

O período em questão também alterou drasticamente as estruturas do mundo dos negócios em geral. A saber, é comum observar jovens trabalhando em mais de uma empresa, pois buscam estabilidade financeira, além da satisfação pessoal e profissional. Prova disso é que 40% dos trabalhadores nascidos a partir de 1995 combinam pelo menos duas funções, especialmente no início do plano de carreira, segundo dados da consultoria Kantar.

O estudo também afirma que a instabilidade no emprego é outro fator que impulsiona os mais novos a se dividirem em multifunções. Segundo o relatório, o fato acaba por reforçar o senso comum de que a geração Z é “inconstante” e não tem um plano linear de profissão, apesar de que a geração Y também troca de função com frequência.

No Brasil, a pesquisa Carreira dos Sonhos 2023, da Cia de Talentos, fortalece esta perspectiva: 53% dos jovens respondentes afirmam que a liderança da empresa onde trabalham não os inspira a serem líderes no futuro. Ao que tudo indica, as novas gerações consideram alto o preço de assumir mais responsabilidades e valorizam a autonomia e autoconfiança em detrimento da ascensão de cargo.

Em meio a essa discussão, o que será que a geração Z realmente deseja? De acordo com a Delloite, empresa de auditoria e consultoria, a resposta pode estar mais longe da remuneração e mais próxima da cultura organizacional.

É claro que o salário ainda compõe a lista principal de critérios para a escolha de uma vaga de emprego. Mas a remuneração não é tão importante assim para os trabalhadores “Zs” como era para as gerações anteriores, segundo a companhia.

O poder da geração Z nas empresas

Confira algumas das vantagens que funcionários da geração Z oferecem, segundo a consultora Ava Martinez, da HR Digest:

Familiaridade com a tecnologia

Inserido em meio às grandes revoluções tecnológicas, este grupo tem boas habilidades para o presente e futuro digital. Os nativos digitais têm facilidade para personalizar as ferramentas às suas necessidades, o que pode trazer benefícios ao progresso das empresas.

Assim como os trabalhadores mais velhos conseguem ensinar os mais jovens sobre o mercado de trabalho, a força de trabalho Z também pode auxiliar os colegas de trabalho na capacitação profissional do meio digital.

Pensamento inovador

Criatividade e mudança definem a presença da Geração Z nas empresas, que podem se beneficiar de novas perspectivas, principalmente no âmbito do marketing digital.

Nem todas as ideias inovadoras podem ser colocadas em prática, mas estabelecer uma conduta capaz de valorizar a opinião dos profissionais pode ser essencial para a jornada rumo ao sucesso.

Vontade de aprender

A geração Z nas empresas busca orientação e programas de treinamento e desenvolvimento. Ela aprecia uma evolução constante e compreensão.

Se atendidos, poderão provar aos empregadores que os seus interesses podem ser alinhados aos da organização, desde que as suas próprias necessidades e potencial de crescimento não sejam ignorados.

Ao construir um plano para este grupo, a liderança também irá encontrar todos os outros funcionários mais satisfeitos com o local de trabalho.

“Ao priorizar a orientação para toda a equipe, e não apenas para a força de trabalho da geração Z, as companhias podem compreender melhor seus funcionários, bem como criar um vínculo duradouro com eles”, ressaltou Ava.

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