Com alta das temperaturas nos Estados Unidos, microrganismo tem mais condições de se espalhar – e de provocar doença grave
As mudanças climáticas estão incentivando o aparecimento de uma ameba digna de filme de terror: a Naegleria fowleri, conhecida popularmente como “comedora de cérebro”. Causadora da meningoencefalite amebiana primária, a ameba tem aparecido em regiões dos Estados Unidos onde não é típica, como o norte e oeste do país.
Entre 2012 e 2021, 31 casos de pessoas infectadas com o protozoário foram diagnosticadas nos Estados Unidos, conforme reportou o The Guardian.
Embora rara, a taxa de letalidade dos contaminados é incrivelmente alta. De acordo com o CDC, apenas quatro pessoas em 151 sobreviveram à infecção entre 1962 e 2020.
Microrganismo que não depende necessariamente de um hospedeiro humano, a Naegleria fowleri vive em altas temperaturas principalmente na água doce, como lagos, rios e fontes termais. Segundo especialistas, as altas temperaturas, além de incentivar mais pessoas a nadar nos rios e consequentemente se expor à ameba, também têm feito com que ela se alastre para regiões diferentes do país.
Este é só mais um reflexo da crise climática, que está exacerbando eventos climáticos extremos, como enchentes e secas, o que também aumenta o contato dos seres humanos com bactérias e outros microrganismos aos quais não estamos acostumados. Algo que sinaliza a urgência de medidas concretas para frear o aquecimento global.