Tecnologia visa combater o aquecimento global, mas seria muito mais cara e menos eficiente que demais alternativas, dizem críticos
Nos últimos meses, presidentes como Joe Biden e empresas como Alphabet, Meta e SpaceX investiram milhões, em alguns casos bilhões, em projetos para captura de carbono na atmosfera. Os cientistas argumentam que a captura de carbono, que retira o dióxido de carbono do ar e o armazena no subsolo, tem o potencial de desacelerar rapidamente o aquecimento acelerado da Terra.
Conforme reportou o Washington Post, hoje há 27 projetos no mundo de captura de carbono, sendo que 14 destes estão nos Estados Unidos. Além disso, outros 108 estão em desenvolvimento em diversos países.
Mas críticos vêm alertando para os problemas em se investir nesse tipo de empretiada. Segundo eles, a tecnologia de captura de carbono é cara, ineficaz e difícil de escalar.
Eles argumentam, ainda, que o dinheiro gasto no desenvolvimento da ferramenta reduz o financiamento de soluções comprovadas, como energia renovável, enquanto incentiva as empresas de petróleo e gás e outros emissores de carbono pesado a continuar suas operações inabaláveis.
Assim, seria uma espécie de “carbon washing“: investir dinheiro em iniciativas como essa poderia passar a impressão de engajamento com causas ESG, mas na verdade serviriam para manter o status quo dos modos de produção dessas indústrias, dizem os cientistas.
“A ideia de que isso vai resolver o problema global das emissões massivas e da mudança climática acelerada simplesmente não se confirma na realidade”, disse Nikki Reisch, diretor dos programas de clima do Centro Internacional de Legislação Ambiental (Center for International Environmental Law) ao Washington Post. “Infelizmente é um mito atrativo da indústria petroleira para perpetuar a ideia de que podemos combater o aquecimento global sem abrir mão de nada”.