Entre os motivadores da piora na saúde mental dos trabalhadores estão as longas horas e as cargas de trabalho excessivas
Uma pesquisa feita pelo The Conference Board descobriu que mais de um terço dos trabalhadores norte-americanos relatam que a sua saúde mental piorou. Entre os fatores que contribuíram para essa piora estão as longas horas e as cargas de trabalho excessivas.
Entre os entrevistados, 34% dizem que seu nível de saúde mental é pior do que seis meses atrás. Desses, 48% trabalham mais de 50 horas por semana.
Além disso, outros fatores também aparecem como impulsionadores de uma saúde mental mais deteriorada: 42% apontam a má comunicação; 41% a menor capacidade de equilibrar demandas de trabalho e de vida pessoal e 40% o tempo gasto em reuniões.
A piora na saúde mental também tem um peso maior entre as mulheres e entre os Millennials: 49% das mulheres disseram que o aumento da carga de trabalho prejudica sua saúde mental, em comparação com 39% dos homens. Já entre as gerações, 50% dos Millennials afirmaram que a sua carga de trabalho prejudica a sua saúde mental, em comparação com 48% da Geração X e 40% dos Baby Boomers.
Outro ponto que influencia na saúde mental é a cultura tóxica dos locais de trabalho, segundo a pesquisa. 37% dos entrevistados disseram que o seu senso de pertencimento é menor do que era há seis meses. Já 26% afirmaram que a cultura tóxica do trabalho está tendo um impacto em sua saúde mental.
Por fim, o engajamento também foi impactado, com 37% dos trabalhadores dizendo que seu engajamento atual é menor do que era há seis meses. No entanto, apesar dessa diminuição, 69% dos entrevistados disseram estar trabalhando mais do que o esperado.
“Esta pesquisa revela que muitos trabalhadores estão realmente lutando com sua saúde mental. Isso pode ser devido a uma combinação de fatores dentro e fora do local de trabalho, mas o fato é que pode ter um impacto descomunal no desempenho do trabalho”, explicou Rebecca Ray, vice-presidente executiva de capital humano da The Conference Board, em comunicado à imprensa.
A pesquisa também descobriu que as pessoas estão menos à vontade para falar sobre os desafios de saúde mental no trabalho:
- 38% não se sentem à vontade para falar com seu gerente sobre sua saúde mental, mais que o dobro do número (18%) que não se sentia à vontade há um ano;
- 50% precisavam de folga para tratar de problemas de saúde mental, mas não solicitaram explicitamente uma pausa para isso;
- Em vez disso, os trabalhadores tiraram dias de saúde mental não oficiais (13%), usaram dias de licença-médica (19%) ou continuaram a trabalhar (18%);
Para endereçar esses problemas, a flexibilidade e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal são os principais fatores que os trabalhadores acreditam que ajudariam a melhorar a sua saúde mental. Eles apontaram como essenciais:
- 55%: Ser capaz de tirar dias de descanso sem culpa;
- 52%: Ter horário de trabalho híbrido/flexível;
- 48%: Poder fazer home office ou trabalhar de qualquer lugar;
- 47%: Treinar lideranças para promover um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal.
“Os trabalhadores precisam conseguir se desconectar e reiniciar, mas muitas empresas agora estão reconhecendo que isso pode ser um grande desafio quando seus colegas ainda estão trabalhando. Algumas empresas optaram por dias ou semanas ‘sem trabalho’ para todos. Mas permitir que os seus funcionários realmente se desconectem pode significar simplesmente garantir que todos tenham um planejamento para a ausência e definir políticas rígidas de não contato para funcionários em férias.”, explicou Rebecca Ray.
A pesquisa entrevistou mais de 1.100 trabalhadores nos Estados Unidos.
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