46% dos jovens não falam sobre saúde mental no trabalho

Pesquisa do IES mostrou que, embora 37% dos jovens já tivessem uma condição de saúde mental antes de entrar para a empresa, 46% não falam sobre o tema no trabalho

Uma pesquisa do Institute for Employment Studies (IES) mostrou que o impacto da pandemia de covid-19, a crise do custo de vida no Reino Unido e a diminuição do apoio aos jovens pioraram a saúde mental dos indivíduos nessa faixa etária. Um dos principais resultados é que, cada vez mais, eles optam por não revelar condições de saúde mental pré-existentes no local de trabalho.

Segundo o relatório, 37% deles tinham uma condição de saúde mental pré-existente quando recrutados e 7% começaram a ter após ingressar na empresa. No entanto, 46% dos jovens que possuem alguma questão de saúde mental não falam sobre o tema no seu local de trabalho por se sentirem desconfortáveis. As mulheres são muito menos propensas a revelar suas questões de saúde mental em comparação com os homens.

A pesquisa também descobriu que 51% dos jovens entrevistados sentem-se satisfeitos no trabalho, 35% apoiados e 35% entusiasmados, mas 27% se sentem exaustos.

Embora estejam satisfeitos no geral, 37% estão insatisfeitos com as oportunidades de progressão de carreira, 36% com a falta de voz e representatividade, 34% com a remuneração, 31% em não se sentir valorizado e 30% por não receber apoio para gerir a sua saúde. 

O relatório também aponta que o descaso com a saúde mental dos jovens no trabalho pode levar à maior dificuldade na retenção de talentos. Segundo os dados obtidos, 19% dos entrevistados deixaram um emprego anterior e 11% planejam deixar o emprego atual devido ao impacto no bem-estar. As taxas são mais altas entre as pessoas com deficiência ou que já tenham alguma condição de saúde mental.

“Os jovens estão lutando para fazer transições para o mercado e, para aqueles que o fazem, o trabalho pode não ter o impacto positivo em seu bem-estar e que os ajuda a prosperar. Esses desafios levantam preocupações sobre o impacto de longo prazo na saúde futura dos jovens, pois o trabalho é um determinante social fundamental da saúde”, explicou à HR News, Cristiana Orlando, uma das autoras do estudo. 

“Além disso, com um terço dos jovens supostamente deixando empregos devido a problemas de saúde mental, isso levanta questões importantes para empregadores e formuladores de políticas, em face da contínua escassez do mercado de trabalho e desafios de habilidades e recrutamento, com implicações para a retenção e o desenvolvimento de profissionais mais fortes”, completou. 

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