A falta de rotina causada pela pandemia fez subir sintomas como confusão mental e distração

Depois da pandemia, muitas pessoas, especialmente aquelas que tiveram covid-19, relataram sintomas como confusão mental, esquecimentos ou dificuldade de concentração. Lá fora, o fenômeno tem o nome de braing fog ou, em tradução livre, neblina mental.

Segundo a neurocientista Sabina Brennan, que escreveu um livro sobre o tema, cerca de  600 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem da chamada disfunção cognitiva, que seria a manifestação clínica do problema.

A falta de rotina, principalmente matinal, e poucas horas de sono são algumas das principais causas de brain fog. Por isso, mesmo quem não pegou covid pode estar sofrendo desses sintomas. Isso acontece, explicou Brennan à CNBC, porque o cérebro se apoia em padrões para funcionar de forma otimizada. Cerca de 40% dos nossos comportamentos antes da pandemia eram habiuais, o que é essencial para o funcionamento cerebral.

E não é pouca energia que gastamos simplesmente para pensar com mais clareza: em torno de um quarto dos nutrientes que consumimos vão para o cérebro, em especialmente para o córtex, a parte “pensante” do órgão. Usar padrões permite que essa energia seja usada de forma mais eficiente.

“Por definição, é algo sem esforço, é o piloto automático.”, disse Brennan. “Você ouve as pessoas falando que passamos muito tempo no automático, o que pode ser verdade, mas precisamos disso, caso contrário nosso cérebro fica sobrecarregado”.

Não só a pandemia alterou drasticamente nossas rotinas, como ela mesma teve diversas fases, entre quarentenas mais estritas e relaxamento das medidas de isolamento. Por isso, ainda sentiremos o efeito disso por algum tempo, o que pode agravar também nossa saúde mental.

A dica é tentar, ao máximo que der, manter rotinas fixas, como dormir e acordar sempre no mesmo horário, assim como se alimentar e trabalhar em horários constantes.