Saúde mental comprometida: levantamento da Think Work mostra o efeito do trabalho na vida pessoal das pessoas
Quanto mais as pessoas relatam se sentir mal em parte dos dias ou na maioria dos dias, mais elas tendem a perder atividades com a família, amigos e de lazer. E não só isso: elas também reportam perder produtividade e realizar menos tarefas domésticas.
Esse é um dos insights da pesquisa da Think Work sobre saúde mental entre os trabalhadores brasileiros, divulgados recentemente em um evento voltado para líderes e profissionais do RH. Foram 223 pessoas ouvidas entre janeiro e fevereiro de 2022.
Na média, os respondentes relataram ter perdido, em um período de três meses, 3,7 dias de atividades com familiares, amigos ou de lazer – além de uma queda de pelo menos 50% da produtividade uma vez por semana, por conta de seu estado mental.
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Por outro lado, apenas 1,3 dias de trabalho foram perdidos por esse mesmo motivo. “A gente vê que as pessoas não se sentem confortáveis em faltar ao emprego quando estão mal”, disse no evento Matthias Wegener, head de pesquisas e benchmarking da Think Work Lab. “Mesmo que estejam com sofrimento, elas vão trabalhar”.
O problema é que são justamente atividades de descanso que nos ajudam a relaxar e a lidar melhor com a pressão no trabalho, comentou Tatiana Sendin, CEO da Think Work Lab. “O trabalho tem afetado muito mais a vida pessoal do que o contrário”, disse. Exemplo é também o número de dias dedicados à tarefa domésticas perdidos pelas pessoas em três meses, que ficou em 10,4 na média.
No entanto, quando se olha para as pessoas que mais estão com a saúde mental comprometida, os resultados são bem piores. Entre elas, o número de dias perdidos de atividades com amigos, famílias e de lazer chega a 53 em três meses – mais da metade do período. Já a produtividade fica em queda por 49 dias. “Quanto mais as pessoas se sentem mal, mais a produtividade delas é afetada”, disse Matthias.
Para Tatiana Sendin, o recado é claro: as pessoas estão sofrendo e isso está prejudicando tanto o desempenho no trabalho quanto a própria vida pessoal. E é preciso que as empresas revejam a forma como sua cultura e práticas afetam as pessoas. “Estamos em um momento crítico depois da pandemia, quando precisamos nos perguntar o que é sustentável e como que reconstruímos essa relação entre pessoas e trabalho”, disse.
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