Pesquisa mostra que profissionais têm se sentido mais à vontade para falar sobre saúde mental no trabalho, mas apoio dado pelas empresas ainda é pequeno

Após a pandemia de covid-19, o tema da saúde mental ganhou um maior destaque na agenda corporativa, com empresas criando programas de assistência. No entanto, uma pesquisa publicada pela Lyra Health revelou que, embora mais profissionais se sintam confortáveis para falar sobre sua saúde mental no trabalho, a maioria deles não está conseguindo a ajuda necessária para tratá-la. 

Segundo a pesquisa, 86% dos entrevistados enfrentaram ao menos um desafio em relação à saúde mental em 2022. Mas apenas um terço deles recebeu suporte de um terapeuta, psicólogo, psiquiatra ou outro recurso de assistência. Entre eles, 40% são diagnosticados com depressão severa ou crônica e 28% com Transtorno do Déficit de Atenção, bipolaridade e estresse pós-traumático. 

O número de pessoas que tiveram seus trabalhos afetados pela saúde mental aumentou desde 2021, quando era de 48%. Em 2022, passou para 58% e, agora, é de 60%.

Com isso, também aumentou o número de organizações e de funcionários discutindo o tema dentro do ambiente de trabalho. No caso das empresas, o índice foi de 28% em 2021 para 55% em 2023. Já entre os trabalhadores, o número era de 23% em 2021 e, agora, é de 46%. 

Um dos fatores que pode explicar o descompasso entre o aumento da preocupação das empresas com a saúde mental e o baixo nível de suporte recebido pelos funcionários é a carência de recursos da liderança para lidar com o tema. 

Segundo a pesquisa, apenas 52% dos líderes disseram ter recursos e treinamento para apoiar a saúde mental do time. Já 40% dos liderados discordam ou não têm certeza se a sua liderança promove um ambiente psicologicamente seguro. 

Neste contexto, a liderança também tem a sua saúde mental impactada. De acordo com o estudo, 27% dos líderes elegeram o estresse relacionado ao trabalho de gestão como um dos três fatores que mais impactam a sua saúde mental. 

Do lado dos funcionários, 48% citaram o estresse provocado pela situação financeira como principal fator. Já 38% disseram que estresse relacionado ao trabalho e o burnout é o principal item a impactar sua saúde mental. 

Todos os 2.501 profissionais que responderam à pesquisa possuem benefícios de saúde, com 29% deles tendo suporte de saúde mental fora de sua assistência médica, mas, segundo eles, esse acesso é dificultado pela falta de profissionais e pelas longas filas de espera para atendimento.

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