Por talentos na tecnologia, empresas capacitam profissionais do zero

Companhias valorizam cada vez menos as formações tradicionais em tecnologia e passam a investir em cursos pontuais e certificações para os profissionais

As recentes ondas de demissão em grandes empresas de tecnologia por vezes escondem uma outra realidade, que vem dando trabalho para recrutadores e departamentos de gestão de pessoas. A falta de profissionais qualificados no mercado. Segundo pesquisa da Think Work sobre os principais desafios dos RHs em 2023, 56% das empresas brasileiras que preveem escassez de mão de obra esperam dificuldades para contratar trabalhadores de TI no próximo ano.

Para driblar esse problema e atrair novos talentos da tecnologia, empresas norte-americanas vêm abrindo mão da experiência e de diplomas formais para investir em programas de estágio, muitas vezes até para participantes sem nenhuma experiência ou formação na área.

Além de “furar a fila” e ter a chance de reter esses profissionais antes de que eles fiquem disponíveis para o mercado, especialistas apontam que a própria formação dos trabalhadores pode ser mais adequada para o trabalho nas empresas quando não é feita por instituições tradicionais, mas sim, por meio da prática diária e cursos pontuais, certificações e mentorias.

Para o vice-presidente da Gartner, Graham Waller, não se trata de um movimento passageiro. “Sem dúvidas, estamos falando de uma tendência significativa, que inclusive, me encanta pessoalmente. Existem diversas grandes vantagens do novo modelo perante as formações tradicionais em ciência da computação”, disse ele ao site Computer World.

Graham diz que apenas uma pequena parte do que é ensinado em uma graduação na área é de fato utilizado no dia a dia dos profissionais. “A formação tradicional é composta de uma imensidão de informações que são raramente utilizadas, e como o aluno passa mais de 3 anos para aprendê-las, quando ele chega à prática, já está desatualizado”. 

Um estudo feito pela Gartner em 2020 sustenta essa teoria. Segundo ele, os funcionários aplicam apenas 37% das habilidades que aprendem por meio da educação tradicional e 33% de tudo que é ensinado nas graduações de tecnologia acaba perdendo a relevância em até três anos. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.