Confiança na liderança cai e chega ao menor nível da década

Em relação a 2021, o índice que mede a confiança na liderança caiu 17%. Falta de propósito, desengajamento e modelo híbrido são grandes obstáculos

Uma pesquisa realizada pela consultoria global DDI apontou que apenas 40% dos líderes acreditam que a organização em que trabalham possui uma liderança de alta qualidade. O índice despencou 17% desde o último estudo, feito em 2021, e configura a maior queda da década.

Segundo a pesquisa, o número pode ser explicado por duas razões. A primeira é a ausência de confiança na liderança atual das organizações. Apenas 46% dos líderes afirmaram confiar plenamente em seus superiores para fazer o que é certo. A cada três pessoas, menos do que uma confia na gestão sênior da empresa. 

O segundo ponto é a falta de propósito e significado no trabalho. Menos da metade da liderança de nível médio e da linha de frente encontra propósito em seu trabalho. No C-level, esse número é de menos de dois terços.

O estudo chama a atenção para o fato de que a falta de propósito não só motiva o desengajamento, mas também tem o poder de desencorajar os talentos que desejam se tornar gestores um dia. 

Metade dos CEOs entrevistados disseram que desenvolver os próximos líderes é um dos desafios principais da organização. Apenas 12% das empresas disseram estar confiantes neste quesito, o que é um grande obstáculo para o desenvolvimento e crescimento das companhias. 

“As instituições estão enfrentando uma crise na liderança — elas estão frustradas e exaustas, as reservas estão acabando e há uma carência de líderes preparados para preencher esses espaços”, disse a diretora do Centro de Análises e Pesquisas Comportamentais do DDI, Stephanie Neal. 

Modelo híbrido e burnout

Um outro ponto identificado pela pesquisa é que o modelo de trabalho híbrido pode dificultar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional da liderança. Menos de metade dos líderes que trabalham no modelo híbrido se sentem totalmente engajados, 10% a menos do que aqueles que estão nos modelos 100% remoto ou 100% presencial. 

A falta de propósito e engajamento e a dificuldade em balancear a vida pessoal com a profissional pode aumentar o nível de burnout entre os gestores. O estudo mostrou que os sinais da doença têm aumentado significativamente desde 2020 e quase três em cada quatro líderes disseram se sentir esgotados frequentemente. Apenas 15% afirmam estar preparados para prevenir a síndrome em seus times. 

A importância da vulnerabilidade e da diversidade

A pesquisa também evidencia possíveis caminhos para as organizações que enfrentam problemas de confiança e engajamento na liderança. O primeiro deles é a vulnerabilidade. O estudo mostrou que funcionários estão cinco vezes mais propensos a confiar em líderes que se mostram vulneráveis. Aqueles que genuinamente reconhecem suas falhas e erros têm sete vezes mais chances de manter a confiança.

A diversidade também mostrou ter um papel essencial na força da liderança. As empresas que possuem uma reserva de líderes fortes têm 22% mais mulheres em posições de gestão e 36% mais líderes com marcadores de diversidade. O estudo também apontou que essas empresas investem pesado para identificar e desenvolver talentos com capacidades diversas. 

A pesquisa da DDI entrevistou 14.000 líderes e 1.800 profissionais da gestão de pessoas, em 1.500 organizações, em 50 países.

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