Dados do Innovations revelam desafios e vantagens das pequenas empresas na hora de inovar em gestão de pessoas. Confira os destaques
Entre as pequenas empresas, a inovação no RH se concentra principalmente nos temas mais tradicionais da área, como carreira, remuneração e benefícios, qualidade de vida e desenvolvimento. Esse é um dos insights do Think Work Flash Innovations.
Entre as 273 iniciativas inscritas na primeira edição do prêmio, 24 vinham de empresas com até 50 funcionários, com uma média de 14 anos de existência.
Mas não são só apenas os temas mais tradicionais que movimentam a inovação nessas organizações, especialmente no caso das que têm menos tempo de mercado. “Muitas delas já nascem com um olhar atento para a diversidade”, diz Matthias Wegener, head de pesquisas e benchmarking da Think Work, que aponta que esse foi o tema de 17% das iniciativas.
Isso se explica, em parte, pelo fato de que investir em programas de inclusão pode ser uma forma de fazer frente a empresas maiores no mercado. “As pequenas empresas conseguem, assim, atrair times mais diversos e contratar pessoas mais engajadas e fiéis”, afirma Matthias. Além disso, o número também seria um reflexo da tendência que se viu no prêmio: a Diversidade foi a categoria com mais inscrições entre todas as empresas.
Já outros temas mais novos, como transformação digital do RH, people analytics e employee experience ainda aparecem de forma tímida na pauta das empresas de pequeno porte. Para Matthias, isso acontece porque, normalmente, a estrutura de gestão de pessoas é criada aos poucos em negócios menores. Nesse sentido, alguns temas tendem a aparecer mais tarde. “A cultura é um fator que, apesar de ter uma influência grande em todas as empresas, muitas vezes passa despercebida dos gestores ao avaliar as primeiras necessidades de RH, que são vistas como recrutamento e seleção ou rodar folha de pagamento, por exemplo”, diz.
No entanto, esse pode ser um diferencial competitivo para aquelas empresas que se preocuparem mais cedo com isso. “Ter uma gestão efetiva da cultura desde o seu início pode favorecer um crescimento mais estruturado da empresa como um todo e trazer grandes vantagens”, afirma.
Já o uso de people analytics traz um desafio adicional: para acontecer, é preciso de uma cultura baseada em dados, não só do RH, mas da empresa como um todo. Além disso, haveria ainda a crença de que, quando o quadro de funcionários não é tão grande, é possível fazer uma gestão baseada apenas em observações pontuais e análises individuais. “Mas isso pode levar a tomada de decisões que possam parecer injustas para alguns funcionários e a processos de análises mais lentos e trabalhosos”, diz Matthias.
Segundo ele, ainda , os projetos enviados pelas pequenas empresas para o Innovations se concentraram, em sua maior parte, na criação de processos corriqueiros da área de RH.
“Apesar de a maioria não se destacar pelo nível de inovação, o grande esforço das áreas de RH dessas empresas para desenvolver essas práticas faz com que elas tenham muito orgulho do que conseguiram construir”, afirma. “E, na maioria das vezes, elas fizeram isso com uma equipe e orçamento bastante enxutos”. O valor percebido internamente, assim, dessas inovações, é significativo, tendo resultados positivos também para o clima da organização.
Onde se concentra a inovação nas pequenas empresas?
Carreira – 21%
Remuneração e Benefícios – 17%
Diversidade – 17%
Saúde e Qualidade de Vida – 13%
Desenvolvimento – 13%
Atração e Seleção – 8%
Liderança – 4%
Employee Experience – 4%
Cultura Organizacional – 4%