Empresas inovadoras têm menos afastamentos por saúde mental

Entre as melhores práticas das organizações estão canais de comunicação com os profissionais, sessões de terapia custeadas pelos empregadores e pesquisas de monitoramento

As empresas certificadas pelo prêmio Think Work Innovations 2024 registram menos afastamentos por problemas com a saúde mental do que as não certificadas. 

A diferença é significativa: enquanto 53% das certificadas tiveram algum caso de licença em 2023, entre as não certificadas esse percentual sobe para 75%.

O prêmio, que reconhece as organizações mais inovadoras em gestão de pessoas, recebeu na última edição 33 inscrições na categoria Saúde e Qualidade de Vida, o que representa 11% do total. A categoria foi a terceira mais concorrida, ficando atrás apenas de Desenvolvimento (40) e Diversidade (39).

As medidas adotadas pelas chanceladas são determinantes para esse resultado.

Entre as principais iniciativas está a existência de um canal formal para queixas, presente em 94% das instituições reconhecidas. Além disso, 88% custeiam sessões de terapia e 75% realizam pesquisas para monitorar o nível de estresse dos colaboradores. Entre as não certificadas, os percentuais são de 74% e 47%, respectivamente. 

Outro ponto de disparidade é a existência de um procedimento definido para lidar com problemas de saúde mental: 63% das certificadas têm essa diretriz, contra 27% das não certificadas.

Curiosamente, o benefício de day-off é mais comum entre as empresas não certificadas (mais de dois terços oferecem), enquanto entre as certificadas o percentual é de 56%.

O que vem por aí?

A importância da saúde mental como pauta corporativa está crescendo. 

Segundo a pesquisa Desafios e Tendências do RH para 2025, realizada pela Think Work em parceria com o iFood Benefícios, apoiar os funcionários nesse aspecto é a segunda maior preocupação dos RHs para este ano. 

Ela foi citada por 34% dos entrevistados — atrás apenas da atração de talentos (37%). No ano anterior, o tema ocupava a 16ª colocação na lista de prioridades.

Além dos benefícios estratégicos, como a retenção de talentos e a redução do absenteísmo, a atenção à saúde mental neste ano deve ganhar maior relevância por conta da nova NR-1, que entrará em vigor em maio de 2025. 

A norma vai exigir que as organizações implementem medidas mais rigorosas para a gestão dos riscos psicossociais, reforçando a necessidade de iniciativas estruturadas para o bem-estar dos trabalhadores.

Um pouco de inspiração

Para organizações que estão engajadas em atender a NR-1 e buscam ações criativas para apoiar os cuidados com a saúde dos trabalhadores, um bom caminho é se inspirar nas práticas mais inovadoras do mercado. Veja duas dela na sequência.

Projeto ComViver – Fundação Cabral

Em 2024, um dos destaques do prêmio Think Work Innovations foi o Projeto ComViver, da Fundação Dom Cabral, que venceu na categoria Saúde e Qualidade de Vida. 

Um dos grandes diferenciais da iniciativa foi a escolha de uma abordagem profunda, que reconhece que a falta de acesso a ferramentas de cuidado com a saúde física e mental está muitas vezes conectada à pobreza multidimensional. 

Ao olhar para esse aspecto, a FDC conseguiu identificar cinco famílias em situação de vulnerabilidade severa e outras com privações significativas. 

Como resposta, um profissional de RH com formação em Assistência Social foi designado para acompanhar de perto essas famílias e estruturar um plano de ação visando a redução das desigualdades e o bem-estar das pessoas.

Programa Viva Yara – Yara Brasil Fertilizantes

O Viva Yara, iniciativa da Yara Brasil Fertilizantes também figurou entre os finalistas da premiação. 

Com a crescente preocupação com o bem-estar emocional no cenário pós-pandemia, a empresa estruturou iniciativas como o Mapeamento de Risco Psicossocial, que avalia aspectos como apoio da liderança, previsibilidade e clima organizacional

O Termômetro do Bem-Estar, outra ferramenta do programa, já registrou mais de 60 mil autoavaliações desde 2020, ajudando a identificar rapidamente funcionários que precisam de apoio e garantindo acesso a atendimento psicológico e psiquiátrico quando necessário. 

Com impacto nos 15 mil empregados da Yara, a empresa também foi reconhecida pela ONU com prêmios em duas categorias no movimento Mente em Foco.

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