Além de ajudar alterar os papéis entre casa e trabalho, pequenos deslocamentos até o escritório servem para atividades que auxiliam na descompressão
Durante anos, estudos demonstraram os prejuízos de longos trajetos entre a casa e o trabalho. Só que agora, após meses de isolamento, muitas pessoas libertas da tarefa árdua de enfrentar o trânsito ou transporte público estão testemunhando um novo tipo de vazio, que não conseguem explicar.
Segundo especialistas, isso acontece porque, embora longas horas gastas com deslocamento causem estresse, os profissionais precisam de alguma mudança física entre a casa e o trabalho para sentir uma alteração entre os papéis que desempenham em cada ambiente.
Gigantes de tecnologia já estão cientes disso.
“Nenhum deslocamento pode prejudicar (e não ajudar) a aumentar a produtividade dos trabalhadores”, a Microsoft escreveu em um relatório no ano passado.
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Os bate-papos após o expediente aumentaram 69% entre os usuários da plataforma de mensagens da empresa. Ela também relatou que os funcionários estavam menos engajados e mais exaustos com o home office definitivo.
Em 1994, um físico italiano chamado Cesare Marchetti observou que, ao longo da história, os humanos conseguem passar cerca de 60 minutos por dia em trânsito sem grandes prejuízos.
Só que esses 60 minutos se referem ao máximo que as pessoas irão suportar sem danos físicos e psicológicos. De acordo com estudos, o tempo ideal de deslocamento é de 16 minutos. Nesse período, as pessoas conseguem descomprimir, fazer ligações ou ouvir audiolivros. Algo que os pesquisadores chamaram de “utilidade positiva”.
O trabalho híbrido, no qual os funcionários vão alguns dias da semana até a empresa, contribui para o trajeto com utilidade positiva e pode ajudar as pessoas a encontrarem um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Com informações da The Atlantic.