Maioria das pessoas já passou por assédio no trabalho, de acordo com novo estudo feito no Canadá
Um estudo recente da Universidade Western em parceria com a Universidade de Toronto e o Canadian Labour Congress (uma espécie de central sindical), no Canadá, mostrou que o assédio está longe de ser um evento raro no ambiente de trabalho. Entre as 4900 pessoas ouvidas, pelo menos 71% afirmou já ter sofrido assédio sexual, moral ou violência fisíca durante o trabalho nos últimos dois anos.
Em entrevista à CTVNews, Sandy Welsh, uma das pesquisadoras que encabeçaram o projeto, contou que 88% dos respondentes eram membros do sindicato trabalhando em educação, saúde e serviços sociais. Mas a chance de sofrer assédio aumentava se as pessoas fizessem parte de alguma minoria. “Membros da comunidade LGBTQIA+, trabalhadores indígenas, com deficiência e rcializados tinham todos mais chances de sofrer todas as formas de assédio e violência, incluindo assédio sexual, quando comparados aos demais trabalhadores”, disse.
O que o estudo indica também é que a pandemia tornou o cenário pior para esses públicos: tanto o assédio aumentou quanto as barreiras para reportá-los também ficaram maiores.
Bea Bruske, do Canadian Labour Congress, disse que os dados vão ajudar a pressionar por mudanças no congresso. “Isso nos dá uma evidência muito forte que podemos usar agora para pressionar governos para melhorias nas leis e negociar com os empregadores para proteções mais fortes no ambiente de trabalho”, disse.
Veja algumas outras descobertas do estudo:
73% das pessoas trans foram vítimas de assédio moral ou violência
50% dos respondentes já foram fisicamente intimidados
43,9% dos respondentes já foram vítimas de assédio sexual
26,5% dos respondentes sofreram alguma forma de assédio online.
16% dos respondentes já foram agredidos fisicamente