Estudo sugere altas taxas de falha, mas problema pode estar na implementação e não no modelo
A metodologia ágil, amplamente adotada por empresas ao redor do mundo para aumentar a flexibilidade e a eficiência em projetos, foi alvo de críticas após um novo estudo apontar falhas em sua aplicação na área de TI.
A pesquisa foi conduzida pelo Dr. Junade Ali, PhD e membro da Instituição de Engenharia e Tecnologia do Reino Unido, e pela consultoria de pesquisa J.L. Partners, e contou com a participação de 600 engenheiros de software (250 no Reino Unido e 350 nos EUA).
Ela indicou que projetos que adotam práticas do Manifesto Ágil têm 268% mais probabilidade de falhar do que aqueles que não adotam. O pesquisador defende que, para entregar software de alta qualidade, é preciso investir também em outros fatores, como segurança psicológica para discutir e resolver problemas e evitar o esgotamento dos desenvolvedores.
De fato, faz sentido. Mas será que o problema está no modelo ágil?
Segundo estudiosos do mercado, a popularidade do método tem feito com que muitas empresas o reduzissem a um conjunto de processos rígidos, sem espaço para adaptação. Com isso, líderes acabam priorizando rituais como sprints e reuniões diárias, em vez de focar na inovação e resolução de problemas, o que pode atrasar os projetos ao invés de acelerá-los.
Para os especialistas em gestão e recursos humanos, essa falha na implementação é preocupante, pois afeta diretamente a produtividade e o engajamento das equipes.
Outro ponto levantado é que o sucesso do ágil depende muito da cultura da empresa. Organizações com uma estrutura hierárquica rígida e resistência à mudanças tendem a ter mais dificuldade em aplicar o método de forma eficaz já que, para que o ágil funcione, é essencial incentivar a autonomia das equipes, permitindo que tomem decisões rápidas e se alinhem conforme necessário.
Para líderes e profissionais de RH, independente de suas opiniões sobre a metodologia ágil, a lição é clara: nenhuma ferramenta de gestão funciona sozinha. Qualquer método precisa ser bem compreendido, ajustado à realidade de cada equipe e suportado por uma cultura que caminhe na mesma direção.
Só assim será possível aproveitar todo o seu potencial, aumentando tanto a produtividade quanto a satisfação dos colaboradores.