Com uma política de benefícios e remuneração, é fundamental saber o momento ideal de reformular as estratégias visando ao aproveitamento total dos programas por parte dos trabalhadores
Entre a cobrança para reter talentos em meio à altas taxas de rotatividade e dificuldades no recrutamento, as empresas lidam também com outro problema crônico: como estabelecer uma política de benefícios atrativa para os funcionários? A realidade atinge muitas companhias, que muitas vezes gastam fortunas que chegam à casa dos bilhões de dólares, mas seguem sem obter um bom retorno na taxa de utilização da equipe, segundo entrevista do Diretor Administrativo de Experiência do Funcionário da WTW, corretora global de seguros e consultora, Casey Hauch.
Para ele, uma ótima estratégia para tornar os benefícios atrativos é a reformulação da marca. Além disso, Casey também acredita que apostar em uma melhor comunicação corporativa e no marketing também ajudam a criar um ambiente com maior engajamento entre os trabalhadores.
Vale ressaltar que a oferta de benefícios é uma prioridade para 60% dos profissionais na hora de considerar uma vaga de emprego. Esse critério surge atrás apenas do salário e da busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional – visto como prioridade para 63% dos entrevistados. Os dados são do relatório Global Talent Trends, desenvolvido em 2022 pelo LinkedIn.
Sob outro panorama, grande parte dos profissionais ainda cultiva algum grau de estigma sobre benefícios atrelados à assistência, uma vez que os programas são comumente relacionados ao combate do uso abusivo de substâncias. “Desde a pandemia, nos últimos três anos, vimos grandes avanços nas organizações renomeando esses programas para tentar remover o estigma, porque as pessoas podem pensar que ele [o benefício] serve apenas para quem sofre com problemas de abuso de substâncias. As companhias estão tentando reposicioná-los como algo capaz de fornecer apoio nos âmbitos do trabalho e da vida”, explicou Casey.
Os benefícios assistenciais oferecem diversos recursos para melhor apoiar a saúde mental e o bem-estar emocional dos trabalhadores. Por isso, as empresas estão mudando a abordagem e destacando os recursos oferecidos. Assim, a equipe é atraída pelos possíveis ganhos, como a ajuda para: contratar um advogado; encontrar um cuidador para algum familiar ou até mesmo para buscar profissionais capazes de ajudar a lidar com ansiedade ou estresse.
Em outro contexto, a ideia de reestruturação para tornar os benefícios atrativos é aplicada também às ofertas de treinamento e desenvolvimento profissional. Inclusive, alguns empregadores começaram a proporcionar mais autonomia aos profissionais. Desta maneira, dão mais controle sobre o que eles podem fazer com suas próprias carreiras para incentivar o aprimoramento.
Inclusive, em algumas empresas, os líderes comunicam a existência de um fundo disponível para a progressão profissional, de acordo com a consultora de capital humano da UHY, empresa de contabilidade e consultoria, Erika Duncan. A verba pode ser acessada caso um funcionário deseje participar de um seminário ou receber treinamento. O processo é feito de maneira independente, sem esperar a permissão de um gerente.
“Se você está engajado em um programa, um diploma ou uma certificação, provavelmente não vai sair de uma empresa que pagou por isso. […] As empresas estão se atentando a isso. O acesso, a disponibilidade e a educação provenientes desses benefícios são realmente fundamentais, especialmente para recrutamento e retenção, finalizou Duncan.
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