Para a Today, Danica Galdini escreve sobre a necessidade de repensar estratégias de atração e retenção das empresas conforme o sucesso profissional cai como prioridade para as pessoas
Os últimos anos foram marcados por sobreposições de crises relacionadas a diferentes esferas e, como consequência, os desafios nos negócios (e na vida) tornaram-se mais complexos. A necessidade hoje não é apenas desenvolver novos produtos e serviços, mas reinventar o próprio segmento de atuação.
Certamente este já é um desafio complexo por si só, mas precisamos considerar outro elemento relevante que torna tudo ainda mais intenso: toda e qualquer transformação nos negócios é feito por pessoas, e se elas não estiverem engajadas e preparadas para o presente e o futuro do trabalho, nenhuma mudança será sustentada.
Segundo a pesquisa Carreira dos Sonhos 2023, realizada pela Cia de Talentos e que contou com 91.380 respondentes, manter o engajamento da equipe é atualmente o maior desafio enfrentado pela liderança. Mudar esse cenário requer entender o que mobiliza as pessoas hoje e a pesquisa também traz informações sobre este tema.
O estudo apontou que qualidade de vida é o que mais importa hoje na vida para jovens estudantes e recém-formados, pessoas que ocupam cargos de média gestão e para a alta liderança. Outros recortes de análise mostraram que qualidade de vida também se mantém em primeiro lugar para todas as classes sociais e pessoas de grupos minorizados.
Portanto, não se trata apenas de uma perspectiva exclusiva da geração mais jovem ou de um grupo social, é uma tendência abraçada por todas as pessoas.
Além de qualidade de vida, outro dado é relevante, especificamente quando olhamos para o público jovem (estudantes e recém-formados, com idade entre 17 e 26 anos).
Trabalho e Carreira ocupa o 4º lugar na lista do que é prioritário na vida do público jovem, com apenas 10%. Este dado contrasta com o resultado da pesquisa de 2016, quando 67% do público jovem considerava o sucesso profissional como prioridade máxima em suas vidas.
Isso indica uma transformação significativa nas perspectivas das pessoas em relação ao trabalho e à carreira. Anteriormente, muitos ligavam seu sucesso pessoal diretamente ao sucesso profissional, mas agora estão ampliando o que constitui uma vida significativa. Este fenômeno não deve ser subestimado, pois desempenha um papel fundamental na construção da imagem da marca empregadora e na formulação de estratégias de gestão de talentos.
E na sua empresa? A estratégia adotada para atrair, desenvolver e engajar as pessoas considera qualidade de vida como algo fundamental? Ou ainda está desenhada considerando o trabalho como interesse prioritário?