Para a Today, Danica Galdini escreve sobre as habilidades necessárias à nova liderança em um cenário cada vez mais complexo e dinâmico

Liderar uma organização, uma área ou um projeto sempre foi desafiador, mas atualmente esta responsabilidade ganhou novas camadas de complexidade, independente do segmento de atuação ou porte da empresa. Os caminhos que levaram os negócios até aqui não darão conta de levá-los adiante porque o cenário atual é marcado por novas (ou ainda não resolvidas) questões políticas, econômicas, sociais e ambientais que exigem um olhar contemporâneo. 

Segundo a edição de 2022 do The Conference Board, para assegurar o crescimento da organização apesar dos desafios do cenário atual, líderes do mundo todo, inclusive do Brasil, disseram que irão investir mais em tecnologia e pessoas nos próximos dois a três anos.   

Sem dúvida alguma, a tecnologia é uma aliada importante para a resolução dos problemas atuais da sociedade, além de ser uma alavanca para aumento de produtividade e crescimento das organizações, mas são as pessoas o grande diferencial dos negócios. E as pessoas são tão importantes quanto complexas de serem geridas, não é mesmo? 

Os temas abaixo estão tirando o sono da liderança das empresas:

• Contratação e preparação das pessoas com conhecimentos e habilidades necessárias para resolver os problemas do negócio. 
• Altas taxas de faltas/afastamentos que impactam engajamento, aprendizagem organizacional e produtividade.
• Exaustão digital, a alta taxa de presenteísmo (aquelas pessoas que estão no trabalho, mas não conseguem produzir por estarem exaustas), fadiga relacionada ao trabalho remoto e qualidade de saúde mental. 
• Gestão de novos formatos de trabalho (híbrido ou remoto) e os impactos para a cultura organizacional, para o desenvolvimento das pessoas e para o resultado dos negócios.   
• Engajamento e experiência positiva com a marca empregadora. 

As tomadas de decisão que envolvem pessoas tornaram-se tão complexas quanto as que envolvem o negócio, e também exigem uma nova abordagem de resolução. No passado, a liderança tradicional tinha como foco a estratégia do negócio, os resultados de desempenho e o lucro dos acionistas. O sucesso era medido pelo lucro e pelos ativos que a empresa tinha.

Hoje, o sucesso de uma organização é medido pelo lucro e por sua capacidade de manter-se sustentável, pela habilidade em navegar pela incerteza, pelo impacto positivo que gera ou tem capacidade de gerar para a sociedade e por quão atrativa ela é para as pessoas enquanto marca empregadora. 

Para esta nova noção de sucesso é preciso portanto uma liderança:

Que tenha visão plural: não existe resposta única e nem alguém que saiba tudo. É preciso construir um time plural e disposto a construir as respostas para os novos problemas e os já existentes. 

Que entenda a riqueza da escuta ativa: é preciso ouvir as pessoas e agir a partir do que foi dito e não do que achamos que sabemos. Quando prestamos atenção no que as pessoas dizem, entendemos as pequenas coisas que fazem a diferença para as pessoas e, por consequência, para o negócio. 

Que tenha coragem: É preciso estimular verdadeiramente a experimentação (que envolve mais erros do que acertos) e aprender a navegar e ficar confortável com a incerteza (que vale reforçar, é a mesma para todas as empresas).