Alcançar o engajamento dos funcionários depende de confiança, que também anda em baixa. O papel dos líderes é fundamental
O engajamento das pessoas colaboradoras é um dos pilares mais importantes para o sucesso de qualquer organização. Isso vai além da motivação temporária, representando a conexão emocional e o comprometimento dos funcionários com a empresa.
Estudos da Gallup mostram que companhias com times altamente engajados são 21% mais lucrativas e 17% mais produtivas. A falta de engajamento custa à economia global impressionantes 8,8 trilhões de dólares, o equivalente a 9% do PIB global.
Engajar pessoas sempre foi tarefa árdua, não é à toa que existem diferentes disciplinas e pesquisas voltadas para o tema. Porém, no contexto marcado pelo pós-pandemia e pela redefinição do papel do trabalho, está ainda mais desafiador – pelo menos é essa a percepção da liderança das organizações brasileiras. No Brasil, 27% das lideranças consideram o engajamento o maior desafio na gestão de pessoas, seguido pela seleção de perfis adequados (17%) e preparação dos times para desafios atuais (16%).
Quando questionadas sobre o que aumentaria seu engajamento, as equipes apontam para a cultura organizacional de confiança e transparência. Para 37% dos jovens, 42% dos gestores médios e 44% dos líderes seniores, viver uma cultura onde se sintam seguros para compartilhar opiniões e ideias é essencial para o engajamento.
Engajamento não se resume a remuneração, títulos ou segurança no emprego. É sobre a experiência das pessoas colaboradoras. É sobre como a organização molda a maneira como as pessoas trabalham e vivem, da produtividade à flexibilidade, passando por bem-estar e significado do trabalho.
A confiança entra nessa equação porque, na sua forma mais básica, fala sobre a crença de que as pessoas agirão no melhor interesse umas das outras. Portanto, só é possível existir engajamento em culturas de confiança.
E aqui o desafio fica mais complexo, pois a confiança está em queda. De acordo com o estudo Carreira dos Sonhos 2024, respondido por 93.550 pessoas de todo o Brasil, apenas metade confia em seus colegas e gestores, um índice inferior ao de 2018.
Quando não há confiança, tudo circula menos. há menos parcerias, inovação e crescimento. As pessoas não se sentem seguras para questionar ou compartilhar ideias.
A confiança é uma construção que se dá por meio de ações consistentes e transparentes ao longo do tempo. Cabe à liderança investir em uma cultura de alta confiança, e existem formas de fazer isso. Esse será o tema de um próximo artigo.