“Apesar de a temática do bem-estar no trabalho ter se tornado um tópico central nas discussões sobre cultura organizacional, a realidade nos mostra que ainda há um longo caminho a percorrer”, escreve Rafael Souto em seu artigo para a Think Work Today
Apesar de a temática do bem-estar no trabalho ter se tornado um tópico central nas discussões sobre cultura organizacional, a realidade nos mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para que a busca por um ambiente de trabalho mais saudável e engajador se torne uma prática efetiva nas empresas.
Dados do Gartner apontam que apesar de 71% dos líderes de RH afirmarem que suas organizações são eficazes na oferta de recursos de bem-estar, 34% dos funcionários relatam sentir-se esgotados, emocionalmente drenados e sem energia. Esse descompasso entre a percepção dos líderes e a realidade dos colaboradores demonstra a necessidade de um esforço ainda maior para que a qualidade de vida seja realmente integrada às estratégias das empresas.
E é aí que o papel estratégico do RH se torna crucial. As lideranças de RH possuem o poder de transformar a forma como o bem-estar é visto e implementado nas empresas, atuando como catalisadores de uma cultura que valoriza a saúde mental, física e emocional de seus funcionários.
Mas como o RH pode liderar essa transformação? É preciso ir além de simplesmente oferecer programas de bem-estar pontuais e investir em uma abordagem sistêmica que englobe diferentes aspectos, desde a cultura organizacional até a estrutura de trabalho.
Algumas ações chave para o RH:
- Definir uma visão clara e tangível para o bem-estar: As lideranças de RH precisam trabalhar com a alta gerência para definir uma visão clara e compartilhada sobre o bem-estar, mostrando o impacto positivo que ele pode ter na produtividade, no engajamento e na retenção de talentos. Para isso, é importante pesquisar dados e conectá-los com as pesquisas internas, mostrando quanto os investimentos no tema podem trazer retorno para o negócio.
- Integrar o bem-estar à estratégia da empresa: O bem-estar não deve ser visto como um programa isolado, mas, sim, como um elemento fundamental da cultura organizacional. O RH deve integrar a qualidade de vida à estratégia da empresa, incorporando-o em todas as suas ações, desde o processo de recrutamento e seleção até a gestão de desempenho e o desenvolvimento de líderes.
- Construir uma cultura de apoio e comunicação aberta: O RH deve criar um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam confortáveis em compartilhar suas preocupações sobre o bem-estar e buscar apoio. É fundamental promover a comunicação aberta e o diálogo honesto, incentivando o feedback e o desenvolvimento de soluções conjuntas para os desafios.
- Priorizar a prevenção: É mais eficaz e estratégico prevenir o desgaste profissional do que simplesmente lidar com seus sintomas. O RH precisa trabalhar para identificar e mitigar os fatores que podem levar à exaustão, como carga de trabalho excessiva, falta de reconhecimento, ambientes tóxicos e falta de flexibilidade.
- Investir em programas de desenvolvimento de líderes: O RH precisa capacitar seus líderes para que eles compreendam a importância do bem-estar e se tornem agentes de mudança em seus times. É fundamental oferecer treinamento e ferramentas para que os líderes possam promover a saúde mental e emocional de seus colaboradores.
- Acompanhar os resultados e ajustar as estratégias: O RH deve realizar avaliações periódicas para medir o impacto de suas ações e identificar as áreas que precisam de ajustes. Essa análise permite que as estratégias sejam constantemente aprimoradas e se adaptem às necessidades da empresa e dos colaboradores.
Ao se posicionar como um agente transformador na área de bem-estar, o RH pode contribuir para a criação de um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e engajador, impactando positivamente a vida dos colaboradores e o sucesso da empresa.