Relatório mostra que visão sobre o papel da Inteligência Artificial no trabalho é mais positiva para latinos e pessoas que confiam em suas habilidades

O ADP Research Institute entrevistou cerca de 35 mil trabalhadores em 18 países para entender a percepção global sobre a Inteligência Artificial e o futuro do trabalho. 

A pesquisa revelou que 85% deles esperam que a IA impacte seus empregos nos próximos dois a três anos. No entanto, 43% acham que a tecnologia veio para ajudar, enquanto 42% acredita que ela vai acabar substituindo boa parte das suas funções profissionais.

Essa incerteza também é sentida pelos empregadores. Os dados do U.S. Census Bureau mostram que 94,6% das organizações que utilizam IA ainda não puderam medir qualquer efeito no volume de empregos por causa da tecnologia. 

Otimismo varia de acordo com localização e confiança nas habilidades

O relatório do ADP Research também identificou que a confiança na Inteligência Artificial como aliada no trabalho depende não só de onde o funcionário mora, mas de sua autoconfiança. 

Na América Latina há uma propensão maior a dizer que a IA os ajudará (55%) em vez de os substituir (28%). Já na Europa acontece o contrário, a maioria (35%) acredita que vai perder espaço para a IA, enquanto uma parte menor (32%) acha que ela tornará suas tarefas diárias mais fáceis.

O otimismo dos latinos também se manteve quando eles foram perguntados sobre o quanto os robôs poderiam fazer por eles. 

Cerca de 66% pensam que serão só algumas atividades, enquanto 34% vê a IA substituindo quase ou totalmente o seu trabalho. Nesse aspecto, a Europa também é o contraponto, já que por lá 52% vê a tecnologia tomando o seu lugar. 

Uma possível justificativa para isso é a confiança nas habilidades dos próprios profissionais. Entre aqueles que acreditam que a IA os ajudará diariamente, 7 em cada 10 dizem ter as habilidades necessárias para avançar na carreira nos próximos três anos. Em contraste, menos da metade dos que acham que ela substituirá suas funções julgam possuir essas competências.

Quanto mais jovem, maior o receio sobre o impacto da IA

Os jovens trabalhadores também têm opiniões diferentes dos mais velhos quando o assunto é a tecnologia. 

Cerca de 47% dos respondentes entre 18 e 24 anos supõem que a maioria de suas tarefas serão feitas por sistemas de Inteligência Artificial em um futuro próximo. Entre aqueles com 55 anos ou mais, esse percentual cai para 23%. 

Ou seja, quanto mais velho for o trabalhador, maior será a probabilidade de pensar que a IA irá ajudá-lo em vez de o substituir.

Todos esses insights apontam que ainda não há muitas certezas sobre como a Inteligência Artificial vai afetar os trabalhadores. No entanto, já é certo que esse recurso veio para ficar, e tudo indica que empresas e profissionais que estão refinando suas habilidades para atuar em conjunto com ela podem ter mais facilidade em lidar com um mercado de trabalho que, cada vez mais, deve viver constantes transformações.