Consultorias empresariais estão aproveitando o boom da Inteligência Artificial para se posicionar no mercado e faturar alto com isso
As empresas estão cada vez mais convencidas de que a Inteligência Artificial veio para ficar. Mas ainda há muitas dúvidas sobre como utilizá-la.
Diante desse dilema, elas buscam orientação em grandes consultorias empresariais, como a Boston Consulting Group (BCG), McKinsey e KPMG.
Essas organizações, apesar de não terem sido criadas como especialistas no segmento, têm credibilidade e experiência de sobra quando se trata de tecnologia e negócios. Por isso, estão ajudando clientes de todos os setores e portes a entender e implementar a IA generativa — e isso se mostrou bastante lucrativo.
A BCG, por exemplo, começou a receber as primeiras demandas em 2022, após o lançamento do ChatGPT. Hoje, um quinto de sua receita está relacionada à consultoria de IA. Há apenas dois anos essa fonte de renda simplesmente não existia.
Ela não é a única.
A IBM garantiu mais de US$ 1 bilhão em soluções relacionadas à IA generativa, a Accenture registrou US$ 300 milhões em vendas no último ano, e a KPMG International mapeou mais de US$ 650 milhões em oportunidades de negócios nos Estados Unidos nos últimos seis meses.
As soluções oferecidas por essas consultorias podem atender diferentes mercados e propósitos e variam desde aconselhamento sobre conformidade regulatória até o desenvolvimento de sistemas baseados em IA.
Um dos projetos da McKinsey, por exemplo, é uma ferramenta de atendimento ao cliente para o ING Bank. Já a BCG está criando anúncios locais em diferentes idiomas para a fabricante de produtos de higiene e limpeza Reckitt Benckiser.
Para Nigel Vaz, chefe-executivo da Sapient, uma empresa de consultoria digital, o mais importante para se destacar neste nicho é apresentar formas criativas de usar a tecnologia.
“Em meados dos anos 90, os CEOs diziam: ‘Não sei o que é um site ou o que ele pode fazer pelo meu negócio, mas preciso dele’. Isso é parecido. As empresas estão dizendo: ‘Não me diga o que construir. Diga-me o que você pode construir’”, sugeriu ao The New York Times.
Esse processo criativo, porém, não é livre de falhas.
A IBM estava trabalhando em um programa de voz para receber pedidos no drive-thru do McDonald’s. Mas depois de receber feedbacks relatando que o sistema cometeu erros graves, como adicionar nove chás gelados em vez de um refrigerante, a rede de fast food encerrou o projeto. Apesar disso, as marcas ainda estão trabalhando juntas em outros projetos de IA.
Como a IA ainda é uma área relativamente nova, muitas ações realmente serão experimentais, e isso não é necessariamente uma desvantagem.
Esse processo de tentativa e erro é natural em qualquer novo nicho, mas grandes organizações como BCG, IBM, McKinsey e Accenture não estão apenas explorando, mas liderando o desenvolvimento de soluções inovadoras, o que as coloca na dianteira de uma revolução que continuará a redefinir o panorama empresarial.