Com 45% dos jovens optando por redes sociais, plataformas digitais lideram mudanças no consumo de informação e aprofundam diferenças com relação à outras gerações
Afastando-se da TV e até mesmo do Google, a geração Z está preferindo plataformas como TikTok e Instagram para buscar informações e consumir notícias.
A informação vem do Ofcom, órgão regulador de comunicações do Reino Unido, e da Bernstein Research. De acordo com uma pesquisa conduzida pelas instituições, 45% da geração Z opta pelo chamado “social searching” em redes sociais, em vez de usar mecanismos de busca tradicionais.
O TikTok, em particular, não é apenas uma plataforma de pesquisas, mas também uma fonte para acessar notícias. O Ofcom constatou que, entre adolescentes de 12 a 15 anos, a rede social chinesa supera até mesmo YouTube e Instagram neste quesito. Entre jovens adultos de 16 a 24 anos, o TikTok foi apontado como principal veículo de informações.
E o impacto dessa mudança vai além do comportamento individual. Em 2023, TikTok e Instagram geraram US$ 11 bilhões em receita publicitária de menores de idade, com o poder de consumo da geração Z sendo estimado em US$ 12 trilhões.
Os desafios para o Google, para outras gerações e para o futuro do trabalho
Enquanto isso, o Google tenta se reinventar para acompanhar essas transformações. A empresa investe em tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial, incluindo funções de busca visual e interativa, para atrair as novas gerações. Porém, a luta é árdua.
O cenário também aprofunda o contraste geracional: 85% dos boomers ainda confiam na televisão como principal fonte de notícias. Quando o assunto são as pesquisas em redes sociais, elas são as preferidas de 35% dos millennials, 20% da geração X e menos de 10% dos boomers.
Embora as redes sociais atraiam pela rapidez e personalização das informações, também apresentam riscos, como a disseminação de desinformação e deepfakes.
A geração Z parece consciente desses desafios, classificando redes sociais como as menos confiáveis em precisão e imparcialidade. Mesmo assim, ainda preferem priorizar o acesso a esses canais.
Essa preferência da geração Z por redes sociais antecipa uma transformação significativa no futuro da comunicação corporativa. Afinal, à medida que essa geração se tornar maioria nas empresas, é provável que surjam novos paradigmas na maneira de informar, engajar e até mesmo construir narrativas institucionais.