O school avoidance behavior, como é chamado o fenômeno de evasão das escolas, pode afetar até quase um terço dos jovens americanos
Desde que, durante a pandemia, milhões de alunos tiveram que parar de frequentar as aulas para evitar o contágio com a covid-19, os Estados Unidos vêm registrando consecutivas quedas nos índices de jovens frequentando as escolas.
Depois que as atividades foram gradativamente retomadas, alguns alunos passaram a desenvolver ansiedade e depressão e resistir ao retorno às aulas, e o que no início significava algumas poucas faltas, ao final representaram um completo abandono do ano letivo e da vida escolar.
A condição, chamada de school avoidance behavior (do inglês, comportamento de evitamento escolar), já havia sido identificada pelos psiquiatras, mas teve um significativo aumento depois da emergência sanitária.
Segundo especialistas ouvidos pela USA Today, enquanto alguns estudos apontam que cerca de 1% dos jovens apresentam sinais compatíveis com o comportamento, outras pesquisas dizem que o índice é bem maior. Para a School Avoidance Alliance, entidade que estuda o fenômeno, entre 5% e 28% dos jovens americanos demonstram traços da condição em algum momento da vida.
Os cientistas ouvidos pela reportagem ressaltam que o comportamento é mais comum na passagem do ensino infantil para o elementar, e depois do elementar para o ensino médio.
Para Meredith Elkins, diretora do programa de controle da ansiedade do Hospital Mclean, em Massachusetts, quando as crianças são mais novas, os sinais da condição tendem a ser interpretados como uma ansiedade por separação dos pais, e quando mais velhas, as pressões sociais costumam ser apontadas como as causadoras do absenteísmo escolar.
A saúde mental, inclusive, é um problema crescente entre os jovens norte-americanos. Segundo uma pesquisa da Kaiser Family Foundation, o índice de adolescentes que sofrem com ansiedade e depressão aumentou cerca de 30% entre 2016 e 2020. A mesma pesquisa descobriu que a infraestrutura para atender pacientes psiquiátricos piorou muito nos Estados Unidos no período.
O psicólogo Jonathan Dalton, que comanda o Centro de Ansiedade e Mudança Comportamental, na cidade de Maryland, confirma que o país “nunca teve estrutura para acomodar tamanho aumento nas necessidades de cuidado com a saúde mental”. Segundo ele, são mais de 180 famílias aguardando atendimento apenas no centro de ansiedade.
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