Sintomas da menopausa podem prejudicar a carreira das mulheres

Pesquisa mostra que sintomas da menopausa podem afastar as mulheres do mercado, impedi-las de progredir na carreira, aumentar o absenteísmo e impactar na produtividade

Falar sobre menopausa no mercado de trabalho ainda pode ser um tabu, mas é um tópico que precisa ser abordado e apoiado pelas organizações. Se o assunto não é bem desenvolvido, os sintomas provocados pela menopausa podem afastar as mulheres do mercado de trabalho e da progressão de carreira, aumentar o absenteísmo e impactar negativamente a produtividade. 

Uma pesquisa feita pela Mayo Clinic com 4.440 trabalhadoras norte-americanas apontou que 13% delas já passaram por um resultado de trabalho adverso ligado aos sintomas da menopausa, que podem ser: redução das horas de trabalho, ser demitida ou suspensa, pedir demissão, se aposentar ou mudar de emprego. Ainda, 11% disseram que faltaram ao trabalho como consequência de seus sintomas. 

Entre os sintomas mais comuns da menopausa estão: ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor, distúrbios do sono, dores nas articulações e dificuldades cognitivas.

O estudo também descobriu que esses sintomas custam, aproximadamente, 1.8 bilhão de dólares por ano em tempo de trabalho perdido nos Estados Unidos. 

“A conclusão para os empregadores é que há uma necessidade crítica de abordar essa questão para as mulheres no local de trabalho”, disse Stephanie Faubion, diretora da Mayo Clinic Women’s Health e principal autora do estudo, em um comunicado à imprensa.

A solução apontada pelo estudo está nas empresas assumirem um papel de responsabilidade diante da saúde de suas profissionais. Para isso, é necessário melhorar os benefícios de saúde oferecidos pela organização, se certificando de que eles acolham e incluam as mulheres em menopausa, criar políticas de trabalho flexível e de licença-remunerada, além de estabelecer uma cultura organizacional que dê segurança psicológica para que elas possam falar sobre suas necessidades no trabalho. 

“As mulheres, muitas vezes, temem preconceito, discriminação e estigmatização e, portanto, podem ser relutantes em revelar seus sintomas da menopausa para seus gerentes e outras pessoas. Reconhecer essas preocupações e criar um ambiente de trabalho seguro para que elas discutam suas necessidades de cuidados de saúde pode ajudar a resolver isso”, declarou a pesquisadora Ekta Kapoor. 

Nos últimos anos, mesmo que a passos mais lentos, o mercado de trabalho tem visto surgir iniciativas que mirem as necessidades da força de trabalho feminina, principalmente em relação à saúde. O Reino Unido, por exemplo, tem discutido, legalmente, uma licença-menopausa remunerada. Outro exemplo recente foi a aprovação da licença-menstrual remunerada na Espanha, prática que já vem sendo praticada por algumas empresas ao redor do mundo. 

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