Trabalho também mostrou que mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver covid longa do que homens
Um estudo publicado no Journal of the American Medical Association, realizado pela publicação acadêmica britânica The Conversation, mostrou que mesmo os casos mais leves de covid podem levar a efeitos devastadores – e duradouros – na vida das pessoas.
A covid longa é caracterizada pela continuidade, ou até piora, dos sintomas da doença depois de 3 meses da infecção inicial pelo vírus. Os pacientes podem sofrer com falta de ar, fadiga e dificuldades de atenção, raciocínio e memória por meses a fio – o que afeta diretamente a rotina e o trabalho dos acometidos, aumentando inclusive as taxas de absenteísmo nas empresas.
A descoberta mais impressionante da pesquisa é que 90% dos enfermos que sofrem com a versão longa da doença tiveram inicialmente casos leves. Outro ponto de surpresa é que as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver a covid longa do que homens. Quando comparadas com crianças, as chances são quatro vezes maiores.
O trabalho levou em consideração 54 estudos a partir de dados colhidos a partir de 1,2 milhão de infectados espalhados por 22 países.
A pesquisa também descobriu que um em cada sete pacientes ainda sente algum sintoma da doença um ano após a infecção inicial.
Especialistas admitem a falta de conhecimento sobre as causas e o funcionamento da covid longa no organismo. Se trata de uma condição complexa e dinâmica, uma vez que alguns sintomas podem sumir enquanto outros, que não apareceram nas primeiras semanas de infecção, podem surgir espontaneamente.
No Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde no início de janeiro de 2023, foram registradas 695 mil mortes por covid-19. Além disso, mais de 35 milhões de pessoas se recuperaram da doença e cerca de 534 mil estão em observação.